Acordai e Também o Gigante!

Hamilton Farias de Lima, professor universitário.

“Não é a terra que constitui a riqueza das nações, e ninguém se convence de                                       que a educação não tem preço”, Ruy Barbosa (1849-1923).

O que na atualidade compõe a Nação brasileira, seu povo, sua extensão territorial, sua cultura e língua nem sempre foi assim. A sua história é rica de lutas internas, de sofrimentos, desigualdades sociais, de afronta à dignidade humana, em momentos distintos, antes e depois de proclamada sua independência, e, após esta, do início da república aos dias de hoje.

As transformações ocorreram em escala formidável, após cinco séculos do seu descobrimento, situando o Brasil entre as maiores potencias econômicas mundiais graças aos seus recursos naturais e a exploração decorrente, o que tem feito dele um parceiro comercial considerável.

Infelizmente, e até pouco tempo, quando o mundo acreditava que o grande País emergente das Américas seguisse sua evolução política, econômica e social, pós-redemocratização e adoção da Carta Magna de 1988 – como estava a indicar, desde o final dos últimos anos do século passado -, surge o retrocesso. Instala-se uma das maiores crises de sua historia, como praga maldita, envolvendo autoridades, instituições e o mundo empresarial, a revelar descompromissos com os brasileiros e, sobremodo, a manipulação dos bens nacionais de forma espúria, e em causa própria.

Hoje, o País sonhado, de abundantes recursos naturais, miscigenado de etnias e de culturas tão diversas, pouco ou nada se assemelha com aquele retratado no Hino Nacional: “Deitado eternamente em berço esplêndido,/Ao som do mar e à luz do céu profundo,/Fulguras, ó Brasil, florão da América,/Iluminado ao sol do novo mundo!”.

Mesmo com respeito à licença poética, à verve e ufania do seu consagrado autor, Joaquim Osório Duque Estrada, é preciso acordar o gigante adormecido, para o bem do País e dos filhos da “mãe gentil”!

O Brasil, sem nenhuma dúvida, se assemelha em tudo a um continente. É uma verdadeira dádiva do Criador a sua localização; sim, em “berço esplendido”, quando se verifica sua posição geográfica nas Américas; a vasta riqueza ambiental e as suas imensas potencialidades que, corretamente desenvolvidas levarão, necessariamente, a ser parte do novo mundo e, assim, não sendo exagero reconhecê-lo “gigante pela própria natureza”, como realmente é!

Falar em Brasil, “florão da América”, traz à memória, e em paralelo, os singelos versos do poeta Olavo Bilac que proclamava, no seu poema “A Pátria”, com profundo espírito cívico, “Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! /Criança! não verás nenhum país como este!”.

Nos tempos atuais não bastam os sonhos, o indignar-se, o assistir indiferente ao desfile de malfeitores e, mais ainda, a manutenção da impunidade quando a consciência crítica de cada um exige participação efetiva e o uso pleno de sua autodeterminação para novos tempos.

Afinal, todos têm obrigações com o Brasil!

“Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! /Criança! não verás nenhum país como este!

 

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