Acarajé é patrimônio baiano há mais de duas décadas

Declaração do Rio de Janeiro gera polêmica sobre a origem de pratos e culturas da Bahia

Acarajé é patrimônio baiano há mais de duas décadas
Acarajé é patrimônio baiano há mais de duas décadas. Foto: Ministério da Cultura

A recente declaração do acarajé como patrimônio cultural do Rio de Janeiro, por meio da Lei 10.157/23, gerou polêmica e revolta entre os baianos. No entanto, as raízes do acarajé como símbolo da Bahia estão profundamente entrelaçadas em sua história, e a cidade de Salvador já o reconheceu como Patrimônio Cultural há mais de 20 anos.

O Acarajé é uma iguaria que remonta às tradições da culinária africana e afro-brasileira. Sua história e origem são fortemente ligadas à cultura baiana. Esse bolinho, feito com massa de feijão-fradinho, cebola e frito em azeite de dendê, tem sua raiz na língua africana iorubá, onde “akará” significa “bola de fogo” e “jé” significa “comer”.

Em 2002, a Lei Nº 6138 estabeleceu oficialmente o acarajé como Patrimônio Cultural de Salvador, a capital do estado da Bahia. O Prefeito Municipal à época, Antonio Imbassahy, sancionou essa lei, reforçando o caráter baiano desse prato tradicional e afrodescendente. Desde então, o acarajé é parte integrante da cultura da Bahia, mantendo suas raízes e tradições profundamente ligadas à região.

Além do acarajé, a Bahia é berço de inúmeras criações culturais que se espalharam pelo Brasil e pelo mundo. A Bossa Nova, por exemplo, tem suas origens em João Gilberto, um baiano. O ritmo do samba, que é uma parte essencial da cultura brasileira, também tem suas raízes na Bahia, mais especificamente no Recôncavo Baiano. A capoeira, outro ícone da cultura brasileira, é reconhecida como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira, com raízes profundas na Bahia.

A moqueca, o bolinho de estudante, o Pagode, a Bossa Nova, o Axé, o SambaReggae, o arrocha que virou o sertanejo universitário têm influências que remetem às tradições baianas, demonstrando a riqueza e diversidade cultural do estado. A capacidade criativa do povo baiano sempre se destacou em diversas formas de expressão, criando tradições únicas e exclusivas.

Em resumo, o acarajé é indiscutivelmente um patrimônio cultural da Bahia, reconhecido por lei há mais de duas décadas. As criações baianas, sejam pratos típicos ou expressões culturais, têm deixado uma marca indelével na cultura brasileira, e é importante reconhecer a origem e as raízes dessas contribuições únicas. Enquanto a polêmica sobre a declaração do Rio de Janeiro como patrimônio local do acarajé persiste, a Bahia continuará a criar, inovar e enriquecer a herança cultural do Brasil com sua rica tradição.

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