A solidão do cordeiro

“E lhes disse: A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem.” (Marcos 14.34)

“Cada coração conhece a sua própria amargura, e não há quem possa partilhar sua alegria.” (Pv 14.10) Quem nos compreende completamente? Quem, por mais que expliquemos, informemos, poderá conhecer exatamente o que se passa conosco? Quem somos e o que vivemos se reveste de uma singularidade inalcançável, exceto para Deus. Sempre corremos o risco de sermos incompreendidos. Porém, nenhum ser humano jamais será mais incompreendido que Jesus. Por várias razões! Sua vida firmou-se sobre fundamentos dos quais nos desviamos. Ele viveu fazendo a vontade do Pai. Ele amou como jamais amaremos. Ele foi humilde e servo, coisas tão difíceis para nós. As incompreensões que sofremos jamais poderão igualar-se à incompreensão que Jesus enfrentou. Somos chamados a segui-lo, a aprender com Ele a viver a nossa vida.

Jesus estava sozinho em sua dor, como jamais estaremos nas nossas. Ele levou sobre si as nossas culpas e maldades, afirmou Isaías (Is 53). E sob o peso das culpas que eram nossas, experimentou o vazio, a ausência de Deus e sentiu-se abandonado. Jamais entenderemos o que Cristo passou, mas devemos nos lembrar de jamais esquecer que Ele o fez por amor. Seus discípulos não conseguiram ficar com Ele. Por um tempo estiveram com Jesus no jardim, mas em nenhum momento participaram do drama do jardim. Não ouviram a oração em meio a gemidos e se a ouvissem, não a compreenderiam. Não perceberam o sangue em gotas de suor em Sua face e se vissem? Jesus experimentou a ausência de Pai para que pudéssemos ser feitos Seus filhos e pudéssemos desfrutar a Sua presença. Em Sua morte recebemos vida.

Tudo muito difícil de compreender. Tudo muito diferente de como pensamos ou de como faríamos as coisas. Jesus não se parece com um herói que criaríamos. Em certo sentido, é uma antítese de nossos heróis. Mas é Ele o nosso Grande Salvador. Não há outro! É o Cordeiro Solitário, não um lobo solitário. Ele se separou do Pai para nos unir ao Pai. Sua obra nos livra da condenação por nossos pecados e sua indescritível angústia possibilita que culpados encontrem paz. Não podemos compreendê-lo, mas Ele nos compreende. Nada temos a oferecer, mas Ele tem vida plena a nos dar. Somos convidados a crer e somos frágeis na fé. Somos desafiados a persistir na fé enfrentando nossas dúvidas. Temos o direito de duvidar de quem sem dúvida entregou-se por nós?! O Cristo que sofreu no Getsêmani é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Ele morreu, mas está vivo. Ele se foi, mas voltará!

ucs

 

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