“Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Coríntios 5.17)
O passado é uma parte importante de nossa vida. E cresce em importância na medida em que o tempo passa. Afinal, vai ficando cada vez maior. Pelo menos é como nos sentimos em relação a ele. Chega uma hora em que começamos a perceber que temos mais passado que futuro. E essa é uma ideia que facilmente nos desequilibra. Se está terminando, é bom que nos apressemos! Parece-me que a chamada “crise da meia idade” está intimamente relacionada com isso.
A gente começa a perceber que a vida está passando e que não temos mais tanto tempo assim. Metaforicamente, nos vemos em cima de uma montanha e, de um lado, o trecho que subimos para chegar até ali e do outro, diante de nós, uma outra metade da vida, na melhor das hipóteses, mas pode ser que nos falta apenas um terço dela! Começamos a pensar mais no fim.
Mas Cristo muda tudo isso ou, melhor dizendo, pode mudar tudo isso, se “tomarmos posse”, como dissemos ontem, do que Ele fez por nós. Ele é o nosso Salvador, que traz uma nova dimensão à nossa vida. Ele traz a eternidade para dentro de nossa temporalidade. Ele nos une ao Deus Criador e que nos ama. Ele é o nosso Mestre e Senhor. Obedece-lo, segui-lo, nos capacita para a superação das ilusões. Ilusões sempre levam a frustrações, pois prometem o que não entregam! A vida que tanto queremos está em Cristo. E nos é ofertada pela Graça: a atitude amorosa de Deus para conosco. Em Cristo, não precisamos medir o passado e o futuro para ver se ainda temos muita vida. Pois nele temos vida eterna! Quando vivemos em Cristo, um dia vale mais que mil e o pouco é muito mais que o suficiente (Sl 84.10).
Em Cristo, deixamos de buscar o sentido e o significado da vida nas coisas ou mesmo nas experiências vividas. Pois o sentido está em Cristo! Até que Cristo nos satisfaça, as satisfações possíveis aqui jamais nos satisfarão de fato. Elas não têm este poder, embora sejam importantes. Não é mais tempo e nem mais coisas e nem mais experiências que darão sentido à nossa vida. É mais de Cristo! Por isso em Cristo o passado se torna apenas o que deve ser: experiências das quais devemos tirar o melhor proveito possível. Em Cristo nos vemos livres dele e ele não zomba de nós. Não nos diz que o fim está chegando e que é bom que nos apressemos para ser feliz. Pois em Cristo somos felizes e, quanto ao fim, papo furado! Em Cristo não há fim. Nele, quando o fim chegar, veremos que trata-se, na verdade, do começo!