“Depois que Jó orou por seus amigos, o Senhor o tornou novamente próspero e lhe deu em dobro tudo o que tinha antes. Todos os seus irmãos e irmãs, e todos os que o haviam conhecido anteriormente vieram comer com ele em sua casa. Eles o consolaram e o confortaram por todas as tribulações que o Senhor tinha trazido sobre ele, e cada um lhe deu uma peça de prata e um anel de ouro.” (Jó 42.10-11)
Bem, estamos chegando ao final dessa história, um final feliz. Minha esposa detesta quando a história não tem um final feliz e quem poderia criticá-la! Todos queremos finais felizes, especialmente aqueles que nos dizem respeito. Sofrimento e dores ficam melhor acomodados quando é assim. Imagine o Brasil, nesta próxima Copa do Mundo, ganhar todos os jogos e perder a final? E para a Argentina?! Que brasileiro não preferiria sofrer durante a Copa, ir avançando com dificuldade mas, na final, jogar espetacularmente bem e ser campeão com uma goleada? E sobre a Argentina? O percurso é importante, mas o final é fundamental.
Jó é campeão no final. Campeão da fé, da devoção verdadeira. Ele supera as circunstâncias e termina mais crente que antes. Foram tempos de angústia, solidão, dúvidas e perplexidade. No final seus amigos precisaram de sua oração, numa inesperada reviravolta. E Jó bondosamente ora por eles. A jornada tinha sido dura demais, mas no final Jó não está amargo. Crer em Deus é viver com Deus. E viver com Deus nos faz agir do jeito de Deus. Jó é misericordioso. Naquela questão de “ouvir a voz de Deus”, ele demonstra com suas atitudes que realmente a ouviu. Ele não pede recompensas por sua devoção, mas Deus lhe concede em dobro tudo que perdeu. E Jó continua acessível, humilde e bondoso.
Seus parentes e amigos que haviam sumido durante sua dor, reaparecem. Ele os recebe. Recebe seus presentes e divide com eles suas bênçãos. Humildade. Senta-se à mesa e come com eles em sinal de comunhão. Séculos depois Paulo escreveria algo que muito bem poderia ter sido inspirado em Jó: “não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem” (Rm 12.21). Tudo acabou bem e Jó, acabou melhor. Seu segredo é sua devoção, sua entrega a Deus. Sua fé dirigida a Deus, por quem Deus é, e não uma fé funcional, que vai a Deus por causa do que pode ganhar com isso. Jó é o campeão de Deus e sua experiência de fé questiona a nossa. Que tipo de pessoa somos com nossa fé? O que buscamos? Deus ou apenas as bênçãos de Deus? Devemos viver uma fé que nos faça melhores e não apenas uma que nos consiga o melhor.