A educação falando alto

Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes (Paulo Freire, 1921-1997).

Os dias atuais, precisamente estes que assistem a grita dos inconformados nas ruas, avenidas, praças e outros espaços, são preciosos na perspectiva da ação cidadã aqui revelada de forma simples e entendida no binômio direito e obrigações.

A inconformidade é o pressuposto, o ponto de partida, que uma vez divulgado disseminou-se aos quatro cantos, notadamente via redes sociais e, aí, uma reflexão maior cabe a quem interesse conhecer mais a fundo este fenômeno da realidade brasileira atual.

Não há como dissociar-se rede social de tecnologia da comunicação, esta a matriz em que se veiculou a mensagem capaz de chegar a cada um e, daí, às multidões que foram às ruas e praças, potencializando os eventos pelas ações vigilantes da imprensa livre do País, que apresentou os fatos em sua inteireza e complexidade social, como há de convir em ambiente democrático.

A Constituição de 1988 assegura a manifestação livre da palavra, ao direito de ir e vir, e o que se vê, passado um quarto de século, são multidões a reivindicar o combate à corrupção e o atendimento às medidas que tragam bem-estar e qualidade de vida aos brasileiros. Na sua maioria, a população que se fez presente era de jovens que, além de portadores de consciência crítica, movimentaram-se como se acordassem de um pesadelo, dos “malfeitos” daqueles a quem cabe zelar pelo desejável futuro da juventude, agora descrente como posto nas manifestações.

Se a ação cidadã fundamenta-se nos direitos constitucionais, e não há nenhum porquê de contestação, por outro lado há que se considerar – de forma igual – a contrapartida das obrigações de cada um ou do somatório dos que fizeram o grito das ruas, pelo respeito à ordem pública, ao patrimônio público ou privado, em síntese ao que a Carta Magna assinala e estabelece para o conjunto da sociedade, no direito de cada um e do outro.

Afirme-se ou negue-se, a Educação está falando alto. Ela, como agente da transformação do homem – criadora da consciência crítica – e preceptora da ética e da moral, direta ou indiretamente, vem cumprindo a sua parte e tem desempenhado papel importante no contexto social atualmente assistido por milhões de brasileiros, revelando descaminhos e exigindo soluções através das manifestações que a sociedade aplaude e apoia.

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