A droga do Carnaval

Em meu texto passado, procurei não me referir a um lugar específico, e sim a vários. Alguns não entenderam que se tratava de uma crítica generalizada ao capitalismo exacerbado e à ganância de algumas empresas, mas a grande maioria das pessoas procurou adequar as observações às suas realidades e viram que os recursos naturais devem realmente ser preservados e que a exploração turística não deve afetar a vida dos moradores de um modo prejudicial.

Hoje quero falar sobre outra questão social, mas dessa vez de modo direto: o carnaval e o consumo de drogas. Uma coisa necessariamente tem a ver com a outra? Não, mas nessa época do ano algumas pessoas tendem a crer que tudo é permitido e que os abusos devem ser tolerados. Isso os leva ao engano de achar que essas substâncias serão apenas uma forma de aumentar a diversão, ignorando o fato de dali pode surgir uma dependência, problemas de saúde etc.

Todos os anos, nossos governantes gastam enormes quantias de dinheiro para promover o carnaval; mais dinheiro até do que costumam destinar à setores vitais como educação ou saneamento básico. Mas, por outro lado, entendo que se trate de uma reivindicação do povo, que não consegue viver sem essa festa. O que pra mim também não faz o menor sentido, é que apesar dos investimentos das prefeituras, as “melhores festas” acabam sendo as particulares, pois é lá que se costuma encontrar mais segurança e melhor estrutura.

Infelizmente, devido ao fluxo maior de gente pelas ruas a polícia não consegue fiscalizar tudo, e os traficantes encontram facilidade para distribuir as drogas. Mas apesar disso, se não houvesse pessoas dispostas a experimentar essas alegrias passageiras, não haveria tráfico. Estamos todos cientes dos danos que as drogas causam para o individuo e para a sociedade, mas agimos com certa indiferença. Sabemos dos gastos municipais para garantir a folia, e nossa maior preocupação é que atrações estarão presentes. Apesar de ser fevereiro e de ser carnaval, tenha em mente que não dá pra fechar os olhos; não dá para achar que tudo está permitido e as conseqüências virão a longo prazo.

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