“Debaixo de uma aparente desordem e confusão, tudo é ordem e harmonia, na terra entre os viventes, como nos céus entre as estrelas”, Marquês de Maricá (1773-1848).
Os primeiros filósofos gregos, ditos pré-socráticos, buscaram a compreensão do mundo pela observação dos fenômenos da natureza, indo das realidades visíveis mais simples àquelas mais complexas, a partir de então inferindo suas verdades e propondo princípios para explicações das diversas situações observadas e interpretadas.
Por vezes, olhando-se a superfície de um lago com suas águas plácidas ou a de um mar, aparentemente calmo e suntuoso, não há como o homem deixar de elucubrar quanto à magnitude das complexas situações que estão a ocorrer, constantemente, em suas diferentes profundidades, nem sempre compreensíveis, como os internos turbilhões, em maior ou menor grau da realidade telúrica de que são efetivamente constituídos, graças à ordem e força inexoráveis da mãe natureza.
Já no plano da espécie humana, em paralelo, torna-se facilmente compreensível – mas não aceito -, quando, de forma inversa, alguns promovem a desordem com o subterfúgio aparente de calmaria social, através de ações às escondidas naturalmente delituosas que trazidas a lume irão denegrir, a posteriori, biografias de poderosas lideranças supostamente consagradas. Os exemplos, infelizmente, estão na mídia diuturnamente!
A análise decorrente é tão simples quanto elementar: a lição milenar perceptível e gratuita da mãe natureza, com suas regras e princípios que servem à ordem de todos e das coisas, é deixada de lado pelos aéticos e amorais. Eles se prestam muito mais à criação de “novas outras”, a seus modos e interesses, em planos de conflitos com os valores mínimos existentes e reconhecidos de vivência social, o que requer a vigilância permanente e disciplinadora da sociedade!
Sem dúvidas o estrato social brasileiro é de múltiplas culturas pela singularidade de sua grandeza territorial, também em decorrência dos diferentes tempos e condições vivenciados na sua organização política e social, o que se leva à percepção de que o seu desenvolvimento por igual estará muito mais no plano da utopia, enquanto a ordem das coisas não for estruturada em prioridade real.
Como exemplo, veja-se a Educação na ótica da Ordem das Coisas: 1) É direito do cidadão e dever do Estado, como preceito Constitucional; 2) O Governo Federal, no seu plano administrativo 2015, cunhou “Brasil, Pátria Educadora” quando, a seguir, “contingencia” os recursos necessários ao desenvolvimento da Educação; 3) Greves nas universidades (federais e estaduais) que, há mais de 100 dias, paralisam os cursos, a pesquisa e a pós-graduação, além de suspenderem as atividades extensionistas de interesses comunitários, sob a ótica da falta de recursos financeiros, resultando gigantescos prejuízos para a comunidade acadêmica e o País!
Que o progresso do país se construa em todos os seus recantos, afastando-se qualquer ação ou iniciativa que signifique a desordem institucional, até porque hoje se constatam os avanços da democracia brasileira em seus diferentes setores sociais. E que, por oportuno, se faça o registro: a Ordem facilita o Progresso, como idealizaram os fundadores da República e a destacaram na Bandeira da Pátria, ao se imaginar uma sociedade ética e moral em sua amplitude e grandeza, desafio que a todos cumpre realizar e manter sem distinção.