“Será que uma mãe pode esquecer do seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa se esquecer, eu não me esquecerei de você! (Isaías 49.15)
Há muitas coisas que nos fazem mal. As que fazem mal à alma são muito ruins. As que fazem mal à alma quando estamos nos primeiros anos de nossa existência, quando ainda estamos sedimentando a consciência de quem somos e do valor que temos, são as piores. Quem de nós não tem um pouco disso? E há aqueles cujas feridas, as fraturas na alma, são bem severas. O encontro entre fatos, ocorrências de vida, e a alma humana, sempre resulta em algo singular. É difícil explicar porque reagimos de formas tão distintas as condições de vida que enfrentamos. Há quem atravesse coisas extremamente difíceis e ainda assim siga em frente bem melhor do que outro, cujos dilemas foram bem menores, comparativamente. Somos diferentes e a alma de cada um de nós é única. Numa de suas canções, Caetano Veloso diz: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Na linguagem bíblica temos: “Cada coração conhece a sua própria amargura, e não há quem possa partilhar sua alegria.” (Pv 14.10)
Há três tipos de experiências com um auto potencial de nos ferir: a experiência de não se sentir amado por alguém cujo amor seria determinante para nosso amor próprio, como nossos pais ou aqueles que os representam; a experiência de sofrer intensa cobrança, exigências de perfeição, eficiência ou desempenho, por exemplo, levando-nos a sempre nos sentir em dívida, abaixo do padrão; e, talvez a pior de todas, a experiência de ser ignorado, de acreditar que a própria presença não importa. Essas experiências podem causar na alma fraturas que doem a vida toda. Mas, independente delas, todos nós, por várias razões, podemos carregar fraturas e insuficiências debilitantes. E o remédio jamais será coisas, conquistas, poder. O amor é o remédio. Pessoas e, sobretudo, Deus. Não é sem razão que o maior e insubstituível mandamento cristão diz respeito a pessoas, Deus e amor.
Independente do quanto nossa alma dói, de quantas feridas carreguemos, cicatrizes ou fraturas, amar a Deus e as pessoas é o caminho da cura. E é um caminho possível a todos nós porque Deus nos amou primeiro. Em seu amor somos fortalecidos e restaurados. E o seu amor é fiel: jamais se esquece de nós. Das muitas expressões do amor de Deus, essa declarada na profecia de Isaías é uma das minhas favoritas. Costumamos dizer o amor de mãe é incomparável, mas Deus está dizendo que Seu amor por nós é maior. Por mais que ame, o amor de uma mãe é o amor de uma alma ferida. Ele pode falhar. Jamais entenderemos as limitações do amor humano e jamais entenderemos a perfeição do amor divino. Mas podemos crer. Creia: Deus ama você e jamais se esquece. Ele não lhe amará em compensação a qualquer amor que lhe tenha faltado. Deus lhe ama com o amor dele. Você pode confiar e deve escolher crer. As dores da alma não precisam lhe tornar amargo ou incapaz. Em seu amor Deus faz com que o mal resulte em bem! Por isso ame e entregue-se ao amor de Deus. A cura que todos nós precisamos está no amor de Deus. O amor que não compreendemos, mas que jamais falhará. Pois Ele jamais se esquece!
Aliás, com amor à toda a humanidade e à toda a natureza!
“Perdão foi feito para ser pedido”.
Neste entendimento, não se deve perdoar a quem não reconhece, não repara seus erros e nem pede perdão.
Para os imperdoáveis existem as justiças divina e humana; uma delas aplica a lei dos karmas e darmas e a outra, QUANDO É HONESTA, aplica as leis dos homens e das mulheres.