“Deixem que cresçam juntos até à colheita. Então direi aos encarregados da colheita: Juntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; depois juntem o trigo e guardem-no no meu celeiro.” (Mateus 13.30)
O Reino de Deus, diz Jesus na parábola do trigo e do joio, é uma plantação de trigo, mas onde também está crescendo o joio. Não foi o dono da plantação que semeou o joio, mas ele não está angustiado com isso. Ele sabe o que deve fazer. Apenas a ideia de que seja assim nos é incômoda. Para nós, o Reino de Deus deveria ser um lugar acima de qualquer suspeita. Não é o que pensamos sobre a igreja? Um dia se acertará, mas ainda não é o tempo. O Reino entre nós é assim, frágil, suspeito, incerto, confuso às vezes… Ele não está acima de qualquer suspeita, afinal, nós o constituímos e isso explica muito!
Não se trata apenas do fato de que alguns de nós sejam joio e outros, trigo! Um outro problema é que os que são trigo ainda sofrem da síndrome do joio, mesmo sendo trigo. Não estão completamente livres de seu passado de joio e sofrem recaídas. Pois, na plantação de trigo do Reino de Deus, todo trigo já foi joio e está aprendendo a ser trigo. Temos ainda o fato de que há muitos que ainda são joio, mas já aprenderam a se comportarem como se fossem trigo. A motivação e o coração deles é de joio, mas o jeito de falar e muitas coisas que eles fazem os deixam parecidíssimos com trigo. Tudo isso gera confusão para trigos e joios, mas não para o Senhor da lavoura. E estar na lavoura é uma dádiva e uma grande oportunidade.
A hora da colheita será a hora da verdade, onde não valerá o que pensamos de nós mesmos. Não valerão nossos títulos, costumes e ficha religiosa de atividades. Não servirá dizer “sou evangélico”. Alguns dirão “profetizei, expulsei demônios e realizei milagres em teu nome”, mas serão rejeitados como joio. Não bastará ter dito “Senhor, Senhor” (Mt 7.21-22). Naquele dia muitos que pensam ter feito tudo, ouvirão que nada fizeram. E outros ficarão surpresos por lhes ser dito que fizeram tudo que se esperava, embora pensassem nada terem feito (Mt 25.32-46). O Reino de Deus é semelhante… Temos muito a aprender!