717 idosos agredidos em 2011

Em um Brasil cada vez mais velho, a qualidade de vida tem sido premissa muito valorizada por quem já passou dos 60 anos. Por conta disso, crescem os serviços voltados especificamente para a chamada ‘melhor idade’, que cobra por benefícios em um país que, até então, não tinha tantos idosos ativos economicamente.

O resultado do censo realizado no ano passado apontou crescimento da participação relativa dessa população, com 65 anos ou mais, de 5,9% em 2000 para 7,4% em 2010. Além de serviços, os cuidados dedicados a essas pessoas também crescem. Muitas empresas de Recursos Humanos, por exemplo, apontam como promissora a atividade desempenhada pelos cuidadores ou acompanhantes de idosos.

Ainda sem regulamentação própria pelo Ministério do Trabalho, a ocupação do cuidador de idoso é delicada e a contratação desses profissionais, por parte da família daquele que almeja cuidados, exige muita cautela. É preciso ter em vista que cuidadores, pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), é o “profissional responsável pelo cuidado de (…) idosos e pessoas debilitadas, a partir de objetivos estabelecidos por seus responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”.

Observando esses pontos, Vera Matos, presidente da Fundação Jaqueira – que atua há 11 anos na Bahia como referência em cuidado a idosos – destaca precauções necessárias à contratação. “Ter sensibilidade é fundamental. Devem ser procuradas pessoas sensíveis e cuidadosas com a terceira idade, pacientes, que não tenham passagem policial, qualquer antecedente criminal e com carteira profissional”, explicou a presidente em entrevista realizada anteriormente.

Falsos cuidados
A aparente fragilidade do idoso faz dele ‘alvo fácil’ de pessoas que, muitas vezes, se predispõem a prestar cuidado, seja da família ou mesmo aqueles contratados por ela. De acordo com a titular da Delegacia de Atendimento ao Idoso (DEATI), Susy Brandão, somente até maio de 2011 já foram registrados na Bahia 1.083 casos, entre ocorrências e denúncias, recebidas também pelo disque-denúncia. Somente entre as ocorrências são 717, de janeiro a maio.

Segundo a delegada, tem aumentado muito a incidência de casos de estelionato e as vítimas são, em maioria, mulheres. Somente em junho deste ano, foram 39 ocorrências desse tipo. Maus-tratos também completa a lista dos campeões em ocorrências na Bahia. No último dia 9, Bernadette Theophilo de Souza, de 91 anos, foi assassinada no Barbalho. Ela foi asfixiada e o corpo apresentava sinais de agressão.

Na tarde de hoje, a Polícia Civil apresenta uma mulher, que trabalhava como cuidadora da vítima, e é acusada de cometer o crime. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a acusada já tinha passagens pela polícia e era considerada foragida. A polícia investiga se ela tem relação com outros crimes contra idosos.


Fonte: Cristiane Felix / Tribuna da Bahia

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