A pena de morte é um assunto bastante polêmico e que sempre divide opiniões. É um processo legal no qual o Estado pune o indivíduo com a morte, devido a gravidade de seus crimes cometidos. Embora não seja praticada em muitas regiões do mundo, ainda podemos encontrá-la como sentença em grandes países, a exemplo de algumas regiões dos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul.
Mas você já parou pra imaginar como vive uma pessoa condenada à morte? O que ela enfrenta até que este da chegue? Infelizmente, ainda há muitos casos de inocentes que são condenados. Mas de fato, apenas conseguimos ter alguma noção do que realmente acontece, depois de entrarmos em contato com alguém que já viveu uma situação do tipo na pele. Pensando nisso, o site Cracked fez uma entrevista com Yarris, que já foi condenado injustamente.
Ele conta como foram seus dias na prisão e todo o horror a que foi submetido. É realmente chocante… Dá uma olhada!
1 – É uma sensação ainda mais brutal do que você seria capaz de imaginar
Nas prisões da Pensilvânia, era muito comum que os policiais colocassem condenados de gangues rivais para lutar entre si pelo menos uma vez por mês. Segundo Yarris, um dos presos que passou por isso: “Um policial veio com a ideia de que escolheriam dois garotos e os deixariam lutar em uma gaiola por cinco minutos, uma vez por mês. E assim foi feito. Eu tive que lutar em diversas ocasiões, mesmo que não quisesse. Mas sabia que se não fizesse, os guardas simplesmente tirariam seus cassetetes e bateriam em nós dois sem sentido. Então lutei“.
Pode parecer horrível o bastante, mas foi descoberto que no sistema carcerário da Califórnia, os guardas ainda faziam apostas nos condenados escolhidos para lutar. De fato, eles tinham uma série de práticas que visava apenas seu prazer, aproveitando-se de que os presos já estavam condenados à morte.
2 – Sim, pessoas inocentes também vão parar lá
O próprio Yarris era um deles. Aguardava no corredor da morte enquanto seu único “crime” era ser um jovem drogado de 19 anos, que por infortúnio do destino, teve coragem suficiente para discutir com um policial quando foi abordado. Após receber alguns golpes, foi algemado e colocado no banco de trás da viatura. Foi o suficiente para que ele pudesse escutar o policial ligando e pedindo por reforços, afirmando que estava sendo alvejado por um criminoso.
Dizia que haviam muitos disparos, mas sequer tinha o trabalho de simular a situação. Segundo Yarris, a única coisa que o policial fazia era “pew, pew” com a boca, para tentar disfarçar. E foi mais do que o suficiente. Em seguida, ele apenas olhou pelo retrovisor com um largo sorriso no rosto, dizendo: “Agora você vai ter o que merece!“.
Ele permaneceu aguardando julgamento em uma cela solitária, acusado falsamente por sequestro e atentado à vida de um oficial da paz. Por lá, permaneceu muito tempo até ter a pior ideia de sua vida. Lendo um jornal, ficou sabendo sobre o assassinato misterioso de um jovem e resolveu contar à polícia que tinha informações sobre o crime, mesmo sem ter. Acreditou que aquilo poderia livrá-lo de uma pena maior.
No entanto, isso apenas fez com que se tornasse suspeito. E mais… Um outro preso apareceu, dando depoimento de que havia visto Yarris na cena do crime. Não teve escapatória… Ele foi condenado à morte. No entanto, após perícias e estudos, a polícia concluiu que ele não poderia ter sido o autor do crime. Felizmente, depois de tanto sofrimento, ele foi considerado inocente e liberado, mas já tinha sido o suficiente para que ele presenciasse cenas horríveis.
3 – Você aprende algumas coisas horríveis
Yarris permaneceu preso por longos 20 anos, sendo que nos últimos, já estava no corredor da morte. Permanecia em confinamento solitário, a não ser quando era chamado para lutar com outros presos. Tal situação fez com que ele aprendesse a manusear facas como ninguém. Ainda conta que conseguia fazer catapultas com alguns itens que tinha em sua cela e elásticos de sua cueca. Passava grande parte de seus dias pensando em matar todos ali e fugir para sua liberdade, e só não fez isso, porque realmente não conseguiria. O isolamento fez dele uma pessoa que jamais imaginou se tornar.
4 – Se você for condenado de forma errada, boa sorte para tentar provar o contrário
Na época em que foi preso, no ano de 1983, os testes de DNA eram algo simplesmente desconhecidos. Dessa forma, seria impossível que alguém pudesse ser colocado ou retirado da cena de um crime apenas por vestígios do tipo. Talvez Yarris nunca ficasse ao menos sabendo de tal tecnologia, caso não tivesse dado a sorte de ler a respeito em uma revista, no ano de 1988. Segundo ele, havia uma matéria que falava sobre o DNA, afirmando que ele seria capaz de incriminar ou inocentar uma pessoa.
Decidiu então pedir testes, já que nunca havia estado na cena do crime pelo qual havia sido condenado. Certamente, tal fato poderia livrá-lo de toda aquela situação. Acontece que, embora seu pedido tenha sido aceito, ninguém fazia a menor questão de seguir em frente com isso. Muitos erros foram cometidos e o resultado do exame se perdeu diversas vezes. Depois de muito tempo de espera, Yarris apenas teve o direito concedido pelo juiz, de escolher a data de sua execução, que marcou para 2002.
5 – Caso consiga, esteja preparado para a burocracia
Por outro lado, o juiz havia decretado que a execução de Yarris apenas fosse feita depois dos resultados dos testes de DNA, que teriam que sair em algum momento. Depois de anos esperando por justiça, finalmente ficou provado que ele era inocente de todas as 21 acusações a que já tinha sido submetido. Ele deixaria então, o corredor da morte. Mas é claro que não seria assim tão fácil… Milhares de papéis ainda precisavam ser assinados, o que lhe rendeu mais 8 meses de prisão, apenas aguardando que sua liberdade fosse concedida.
Os papéis eram assinados incorretamente, queimados, jogados fora, então o processo precisava ser reiniciado, enfim… Foi uma verdadeira luta. Ninguém estava muito interessado em libertá-lo. No entanto, o dia acabou chegando.
6 – A prisão quase destrói sua capacidade de retornar ao mundo exterior
O que você faria depois de ficar preso em isolamento, por 20 anos? Viajaria? Curtiria a vida adoidado? Bem, antes de responder a isso, é importante lembrar que nosso corpo costuma se adequar ao ambiente a que é exposto. Dessa forma, depois de muito tempo acostumando com comida lixo, quase nada de ar fresco e o constante hábito de temer por sua vida, viver em liberdade também pareceu um pesadelo para Yarris.
Ele se tornou alérgico a um monte de coisas. Vivia sobre sua cama, sem conseguir fazer muito esforço. Seu estado emocional estava completamente destruído e tudo que ainda conseguia fazer, era assistir TV, mas os noticiários lhe davam medo. Sempre que alguém conversava com ele era uma verdadeira tortura. Situação que ele simplesmente não conseguia lidar. Mas felizmente, depois de um longo tempo de volta à vida normal, conseguiu ter sua vida de volta.
E então pessoal, o que acharam? Já imaginaram que uma pessoa condenada à morte poderia sofrer tudo isso? Compartilhem suas ideias com a gente aí pelos comentários!