Porto Seguro sedia o 5º Colóquio Internacional Sobre Celulose Kraft de Eucalipto, entre os dias 9 a 12 de maio, no centro de convenções do Eco Resort, em Arraial d’Ajuda.
Energia limpa. Esse é o principal foco do Colóquio que abriu discussão sobre a alternativa de se ter a partir da madeira do eucalipto um combustível que substitua o petróleo. “Em tempos em que todo o mundo discute novas formas de energias e combustíveis, essa alternativa é muito oportuna aos países que primam pela sustentabilidade com fontes renováveis”, frisa o presidente coordenador do Colóquio, Jorge Colodette.
O primeiro ICEP foi realizado em Viçosa, Brasil em 2003 para discutir a produção de celulose de eucalipto com ênfase na sua branqueabilidade e estabilidade de alvura. O segundo ocorreu em Concepción, Chile, em 2005, e focalizou na qualidade da madeira e aplicação da biotecnologia. O terceiro ocorreu em Belo Horizonte, Brasil, em 2007 e tendo como temas principais a qualidade das fibras de eucalipto e de seus produtos. O quarto ocorreu em Concepcion, no Chile, e teve como principais temas os avanços da produtividade e a da qualidade da celulose de eucalipto.
Biocombustíveis a partir de celulose: eucalipto no páreo
O uso de fibras de eucalipto para fabricar tipos de papel feitos anteriormente somente com fibras longas está crescendo de maneira acentuada. Os avanços técnicos e científicos alcançados no processo de produção de fibras de eucalipto, da floresta ao produto tem melhorado a compreensão de suas aplicações em diferentes tipos de papéis, tornando-as preferidas no mundo inteiro. Ao contrário de polpas oriundas de uma mistura de espécies, a utilização de uma única espécie pode oferecer benefícios e atributos específicos bem definidos. A este respeito, as fibras de celulose de eucalipto produzida a partir de plantios clonais emergiram como as fibras mais desejadas no mercado, não só para a produção de papéis de impressão e escrita, mas também para a fabricação de “novos produtos”
A América do Sul é atualmente a maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto e está se tornando o pólo da produção mundial. A indústria florestal brasileira, uma das melhores do mundo e que serve de referência para vários países, está interessada em entender como a biomassa do eucalipto pode ser usada para a produção de etanol. “Trata-se de uma nova revolução da química verde”, disse Colodette. Estudos apontam que o eucalipto pode ser tão bom e eventualmente até melhor do que a cana-de-açúcar para a produção de biocombustíveis a partir da biomassa gerada na plantação dessas culturas.
O evento reúne 360 pessoas, entre representantes de empresas produtoras de celulose no Brasil e do exterior, professores universitários, pesquisadores e estudantes, além de fornecedores para a indústria de papel e celulose.
Boas-vindas
Entre as autoridades presentes, a secretária municipal de Governo e Comunicação, Sandra Rizo, representou o prefeito de Porto Seguro, Gilberto Abade. Em nome dele, deu boas-vindas aos participantes e destacou que o município está aberto às boas práticas de uma indústria que prima pela sustentabilidade, crescimento econômico da região e o uso de novas tecnologias.
Em símbolo desse sentimento, a secretária presenteou o presidente Jorge Colodette, com artesanato indígena, representando a cultura e arte confeccionada nas 16 aldeias pataxó presentes no município. “Esse é um dos maiores símbolos da Terra Mãe do Brasil, a identidade do povo indígena expressa por sua arte que sobrevive de geração em geração, e é com a nobreza dessa identidade que Porto Seguro vos recebe”, destaca.
Temas
Autoridades científicas de vários países constituem foro privilegiado para discussões dos aspectos mais relevantes relativos ao uso da madeira de eucalipto, especialmente para a produção de celulose e bioprodutos.
Entre os temas a serem abordados nesses dias de palestras e apresentação de pôsteres, estão os avanços no melhoramento florestal de eucalipto; química da madeira de eucalipto; biotecnologia aplicada à indústria de celulose e papel; madeira e biorrefinarias; técnica para biocombustíveis e bioprodutos.
Outros assuntos são voltados à mecânica e pulping biomecânica; polpação Kraft química e tecnológica; avanços na recuperação de licor negro; branqueamento de celulose química; fibra de qualidade para papéis, e fibra de qualidade para impressão e escrita.
Fonte: Verônica Menezes/Ascom da Prefeitura de Porto Seguro