Foi publicada no Diário Oficial da União de terça-feira, 07 de fevereiro, a Deliberação nº 31, de 03 de fevereiro de 2023, que autoriza a construção e exploração de estrada de ferro localizada entre Caravelas/BA e Araçuaí/MG, pelo prazo de 98 (noventa e oito) anos, objeto do requerimento da empresa Porto Caravelas MTC Construção e Administração Portuária SPE Ltda. (Art. 1°).
Segundo o documento, em seu Art. 2º, “após assinatura do Contrato de Adesão pela Agência Nacional de Transportes – ANTT, a MTC – Multimodal Caravelas deverá opor a sua assinatura no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de perda de eficácia desta Deliberação e consequente arquivamento do processo”.
A Prefeitura de Caravelas acredita que esse ato representa um passo importante para a retomada do progresso no entorno da passagem da ferrovia, que agora inclui ramais em Teixeira de Freitas e Mucuri, ampliando a participação do estado da Bahia na rota do desenvolvimento.
Por parte de Caravelas, na defesa dos interesses do estado da Bahia, o compromisso foi de viabilizar o investimento necessário, junto ao governo federal e estadual, e através de emendas parlamentares, para a reconstrução do trecho entre Caravelas e Serra dos Aimorés.
Nos tempos da Bahia Minas, ferrovia que transportou o progresso entre 1881 e 1966, muitas cidades e povoados foram fundados, gerando uma grande onda de desenvolvimento por onde passavam os trens.
Para Silvio Ramalho, “a reativação da ferrovia tem à seu favor um grande impacto econômico e social para os dois estados [Bahia e Minas]”, defendeu.
Quem viveu no seu tempo, duvidava um dia novamente ver a Ferrovia Bahia-Minas transportando em seus vagões os tempos áureos de nossa história.
Quem não a viu, custava a acreditar no projeto de reativação, pois bem, o governo federal autorizou a construção da ferrovia, no trecho de Araçuaí/MG até Caravelas/BA.
“Avante e sempre firmes, seguimos superando desafios e construindo novas oportunidades para o povo caravelense”, disse o prefeito defensor do projeto, Silvio Ramalho.
Eu sou natural de Nanuque, o meu pai era maquinista da antiga Bahiminas, tanto da locomotivas a vapor, quanto das diesel. Nós morávamos próximo as oficinas e depósitos e alcancei ainda os trens rodando, transportando muita madeira e o inesquessível trem passageiro. Quando foi em 1966, o General Castelo Branco mandou arrancar os trilhos e transferiu todos os funcionários para outras ferrovias da regional VFCO,via férrea centro-oeste e fomos transferidos para Goiania -Go. Foi um ato de pouca inteligencia, pois se já tinha a ferrovia, seria melhor trazer novas cargas como minério de ferro, grãos e outras commodites e até instalar um siderurgica e uma refinaria de petróleo, para aproveitar a ferrovia e o porto.
Um dos maiores erros históricos cometido pela prefeituras de Nanuque e de Caravelas, foi demolir as imponentes estações ferroviárias de Ponta de areia, que era enorme, no estilo art decó, feita pelos engenheiros ingleses e a de Nanuque, que poderia ter virado um museu da ferrovia. Mas faltou raciocínio aos governantes da época. Os galpões das oficinas eram bem altos e enormes, com guindastes que levantavam os vagões e locomotivas para fazer reparos!