Detentos foram queimados vivos durante confusão em unidade
Homens foram levados, nesta quinta-feira, para Cadeia Pública de Salvador.
Vinte homens foram transferidos, na tarde desta quinta-feira (1º), do Conjunto Penal de Eunápolis, na região sul da Bahia, três dias depois da rebelião que deixou seis mortos. Os detentos foram queimados vivos por outros presos que convivem na mesma unidade prisional.
Major Gilson Paixão, diretor do Conjunto Penal de Eunápolis, informou que os 20 homens transferidos são considerados os líderes do movimento ocorrido na segunda-feira (28), que destruiu grande parte das instalações carcerárias.
A transferência foi realizada por volta das 13h30 desta quinta-feira. Restaram outros 564 presos, que permanecem sob a custódia da unidade prisional na região sul da Bahia. De acordo com major Gilson, os transferidos respondem por vários tipos de crimes, como homicídio e tráfico de drogas.
Apuração
Uma investigação foi aberta para identificar o motivo da rebelião ocorrida em uma das alas do presídio, na última segunda-feira. De acordo com o diretor, a suspeita é de que a rebelião tenha sido causada após uma briga entre facções rivais.
Dos seis mortos confirmados, quatro pertenciam à uma mesma facção de Porto Seguro, sendo dois condenados por estupro. De acordo com o diretor, a maioria das rebeliões ocorrem com o objetivo de reivindicar algo, e uma negociação é iniciada, porém no caso de Eunápolis, na tentativa de aproximação, a equipe do presídio foi recebida a pedradas.
Durante a contenção da rebelião, policiais militares e agentes penitenciários sofreram escoriações causados por objetos atirados pelos presidiários.
Os corpos dos seis presos mortos durante a rebelião na ala provisória do Conjunto Penal do município de Eunápolis, no extremo sul, começam a ser reconhecidos por familiares na última terça (29). Segundo informações do presídio, um grupo de presos invadiu a cela dos presidiários, levaram eles para o pátio da unidade, quando os amarraram em colchões e atearam fogo.
As vítimas fatais foram identificadas pelo presídio, nos nomes de: Melk Silva Souza, Luzinei de Araújo dos Santos, Glimarin Soriano dos Santos, Geraldo Oliveira de Almeida, Sullivan Santos Marinho e Valdieiro Pereira Silva.
A rebelião começou durante uma revista no presídio, procedimento considerado rotineiro. Os internos que estavam no pátio aguardando o fim da revista agrediram os agentes e policiais militares que davam apoio ao procedimento. Com isso, foi solicitado o reforço a Companhia Independente de Policiamento Especializado Mata Atlântica (Caema).
Fonte: G1