Em 12 de Novembro acontece o Dia Nacional de Prevenção de Arritmias Cardíacas e Morte Súbita. A data é uma conquista da SOBRAC – Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, em que promove atividades educativas para a população leiga e profissional, em todo o território nacional, sobre medidas preventivas e de socorro das Arritmias Cardíacas.
O Dia Nacional de Prevenção de Arritmias Cardíacas e Morte Súbita contará com palestras e práticas monitoradas em diversas cidades brasileiras, tendo como público alvo a população leiga e também estudantes e profissionais da área da saúde. Realizada desde 2007, um dos pilares da Campanha é conscientizar a população a respeito das Arritmias Cardíacas e da Morte Súbita, mobilizando para isto centenas de cardiologistas de todo o País. Com o evento, a SOBRAC também quer esclarecer órgãos públicos e privados sobre a importância da presença do Desfibrilador Externo Automático (DEA) em locais de grande circulação de pessoas.
“Apesar do grande número de vítimas todos os anos, as Arritmias Cardíacas e a Morte Súbita ainda prescindem de ampla divulgação no Brasil. O IBGE confirmou recentemente que as doenças cardiovasculares matam mais que quaisquer outras, incluindo o câncer”, ressalta Dr. Guilherme Fenelon, presidente da SOBRAC. O cardiologista destaca o aumento de portadores de Arritmias, justificado não só pelo crescimento populacional, mas também pela maior expectativa de vida e da prevalência de fatores de risco como hipertensão, fumo, colesterol elevado, diabetes e obesidade.
Com a Campanha Coração na Batida Certa a SOBRAC mais uma vez alerta a população a respeito dos riscos das Arritmias Cardíacas e da Morte Súbita, que juntas vitimam mais de 300 mil pessoas todos os anos. A morte súbita, por si só, já é considerada um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, acometendo, na maioria das vezes, pessoas na faixa etária mais produtiva, bem como atletas – jovens e saudáveis.
A atenção da SOBRAC também está voltada para os programas de treinamento para socorristas leigos e o uso correto do DEA (Desfibrilador Externo Automático), tornando relevante a discussão da importância de Desfibriladores em locais extra-hospitalares, como vias públicas, aeroportos, shopping centers e estádios de futebol. Para isto, visa gerar recursos para aquisição, doação e instalação destes equipamentos em locais públicos e de grande circulação. “Estes equipamentos desempenham função essencial para salvar vidas. O Brasil terá destaque mundial nos dois eventos esportivos de maior repercussão internacional: a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016), em que a grande concentração de público torna o DEA ainda mais relevante.”, ressalta o presidente da SOBRAC.
As ações da campanha também devem auxiliar na coleta de dados estatísticos e epidemiológicos, fundamentais para subsidiar órgãos competentes para a tomada de decisões que reduzam o impacto das doenças cardiovasculares e mortes no País. “Temos que implementar medidas imediatas e de longo prazo, assim como orientar a população a respeito dos fatores de riscos que envolvem as Arritmias Cardíacas e a Morte Súbita”, explica o cardiologista presidente da SOBRAC.
O que são as Arritmias Cardíacas?
As Arritmias Cardíacas são alterações elétricas que provocam irregularidade no ritmo das batidas do coração. Existem diferentes tipos de Arritmias, como a taquicardia (em que o coração bate rápido), a bradicardia (em que o coração bate devagar) e casos em que o coração bate com irregularidade tanto de aceleração quanto de desaceleração. As Arritmias podem levar à morte súbita, e o exemplo clássico disto acontece com jogadores de futebol – geralmente muito jovens e saudáveis – que morrem durante treinos ou partidas, como aconteceu em 2004 com o jogador Serginho, do São Caetano do Sul. “Não é raro que aconteçam paradas cardíacas em pessoas que estejam se exercitando em academias. Assim como pode acontecer em locais públicos de grande concentração de pessoas, como estádios de futebol (torcedores) e no Metrô”, destaca Dr. Fenelon.
Os principais sintomas das Arritmias Cardíacas são cansaço, palpitações (“batedeiras”) ou tonturas. Mas as Arritmias também podem ser assintomáticas, acometendo tanto pessoas saudáveis ou como quem já sofreu enfarte ou têm o coração inchado (caso dos portadores de Doença de Chagas). Deve-se prestar atenção às evidências significativas, assim como aos principais sintomas e o histórico familiar de Morte Súbita.
Para conhecer as cidades que abrigarão as atividades no dia 12 de Novembro, acesse a área de Ações e Materiais da Campanha do site www.arritmiasemortesubita.org.br
• As doenças cardiovasculares são responsáveis pela maior causa de mortalidade em todo mundo. Na distribuição global das causas de morte, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), elas apresentam a maior incidência, sobrepondo neoplasias (câncer de pulmão e mama), traumas por acidentes de trânsito e até AIDS.
• As Arritmias Cardíacas podem surgir em indivíduos aparentemente normais mas, quando benignas e com tratamento adequado, são passíveis de controle ou até cura.
• Dentre as Arritmias malignas, a Fibrilação Ventricular é a mais grave porque leva ao óbito cerebral em poucos minutos. É o principal mecanismo de Morte Súbita Cardíaca.
• A Morte Súbita tem incidência maior no sexo masculino, aumentando com a idade (pico entre 45 e 75 anos) e, em 80% dos casos, tem relação com a doença arterial coronariana.
• A Parada Cardíaca tem sucesso de recuperação quando realizadas manobras de Ressuscitação Cardiopulmonares imediatas. A ajuda do Desfibrilador Automático Externo (DEA) depende diretamente do tempo transcorrido entre o pedido de socorro e a desfibrilação, sendo que as chances diminuem cerca de 10% a cada minuto de atraso.
Fonte: Ascom do Sobrac