02 de novembro

02 de novembro

Há quatro anos e seis meses meu pai faleceu. Seu epitáfio é a bondade, atrás da cabeça traumatizada pela queda, um coração belo. A falta que ele faz é de uma presença quase incômoda. Onde está o que nele pensava? Doendo em minha cabeça. A gente não sabe o que é, nem quanto vale o tempo sem ele. Ele aconteceu e se gastou nas palavras ouvidas e hoje sentidas na alma, neste dia dois. Mas, estou certo que instante é coisa preciosa. Tomarei e sentirei os anos que passei a seu lado. Estes anos que Deus deu com avareza, dobrando a velocidade do ponteirinho de segundos, ensinaram a descobrir quantas horas eu perdi, por não abraçar mais, ali, no abraço, houve um derrame de corpo e de alma. Depois, um sinal do relógio, nada restou, só a saudade. O grande vazio dele em mim será o meu lugar de existir. Como cego que tateio pressinto sua presença em minha vida.
Não sei dizer o que se passa no meu espírito, mas sei que vem do coração.

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