Oposição acusa quebra de decoro e presidente afirma que urna foi violada.
Sessão confirmou também Negromonte para TCM e João Bonfim no TCE.
A votação que elegeu o deputado federal Zezéu Ribeiro (PT) como novo nome do Tribunal de Contas do Estado (TCE), contra o deputado estadual Carlos Gaban (DEM), foi marcada por confusão generalizada na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), em Salvador, na noite de quarta-feira (28).
Foram precisos duas votações para conseguir a maioria absoluta dos votos, que é de 32. Na primeira, Zézeu ficou com 27 e Gaban com 28. Já na segunda vez, o petista conquistou 35 e o democrata 23. Dos 63 deputados, 61 estiveram durante a votação.
O líder da oposição, o deputado Elmar Nascimento (DEM), acusa que ocorreu violação do sigilo de voto e afirma que vai entrar com uma ação na Justiça pedindo reconsideração. A reportagem ainda não conseguiu falar com o líder do governo, o deputado Zé Neto (PT).
O presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PDT), nega que houve fraude na eleição e indica que vai entrar com representação no Conselho de Ética para apurar a conduta dos deputados Elmar Nascimento e de Paulo Azi, ambos do DEM. Gaban, que perdeu a votação, assumiu mandato em janeiro de 2013 como suplente Gildásio Penedo, que renunciou para assumir cargo no TCE.
“Quebrar o decoro é pegar os votos, as urnas e jogar no chão. O deputado Elmar disse que a Casa é um cabaré, um prostíbulo. É um desrespeito à Casa. A pessoa tem que ser grande e saber perder. Eles queriam que eu proibisse e revistasse a entrada de deputados com celular. Eu não posso, não tenho esse poder. A eleição foi limpa”, afirmou.
“Quando o governo viu que ia perder, determinou a violação dos sigilo do voto. Vimos flashes. Um deputado que me disse e denunciei. Pedi que deputado não enterrasse na cabine com o celular. O voto é secreto. É caso de quebra de decoro. Vamos reunir com jurídico”, relatou o líder da oposição, Elmar Nascimento. Em seguida, ele diz que não chegou a ver os flashes e que não houve flagrante do registro do voto.
Mais conselheiros
A sessão escolheu ainda outros conselheiros. O deputado baiano Mario Negromonte (PP) foi eleito o conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM). Ele conseguiu 47 votos favoráveis e 11 contras, além de dois brancos e um nulo. O nome do deputado tinha sido protocolado pelo governador Jaques Wagner.
Em seguida, o deputado estadual João Bonfim (PDT) foi escolhido para ocupar a vaga deixada pelo ex-conselheiro Filemon Matos no TCE. Dos 61 votos possíveis, 52 foram a favor e nove em branco.
As indicações ao TCE e TCM foram referendadas na manhã de terça-feira (27), após sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Os nomes escolhidos serão levados para chefe do executivo nesta quinta-feira (28).
Fonte: G1