Voyager 2 restabeleceu a comunicação com a Terra após ter perdido o contato. Uma espécie de “batimento cardíaco” da sonda foi captado na Terra. Agora, o sinal foi retomado. Às 13h29 (no horário de Brasília) de 4 de agosto, a espaçonave começou a retornar dados científicos e de telemetria, indicando que está operando normalmente e que permanece em sua trajetória esperada”, disse a NASA.
Atualmente, a Voyager 2, lançada em agosto de 1977, está a cerca de 20 bilhões de quilômetros de distância da Terra. É tão longe que não dá nem para imaginar. Um artigo que li um tempo atrás explicava que 20 bilhões de quilômetros é uma distância que um trem-bala, correndo a trezentos quilômetros por hora, levaria sete mil e duzentos anos para perfazer, ou um dia e meio para você falar “alô” ao telefone e ser ouvido do outro lado da linha.
As Voyager fotografaram várias coisas até agora, por onde passaram, e têm enviado dados. Fotografaram vários satélites, anéis de Saturno, a imagem mais famosa talvez seja a da Grande Mancha Vermelha de Júpiter. Elas foram bem-sucedidas em fotografar Netuno, o planeta do nosso sistema solar mais distante do sol. E depois de trinta e cinco anos, conseguiram sair do sistema solar. É a criação humana que se encontra mais distante da Terra. Elas continuam a viagem no universo completamente escuro, vazio, na direção de Sagitário. Só vão cruzar com um corpo celeste daqui a quarenta mil anos. Quando estivermos tristes, lembremos das sondas Voyager. Elas seguem viagem sozinha, sem parar, num lugar completamente escuro, sem nenhuma luz.
Neste exato momento em que vivo, existe um espaço assim de verdade, e as sondas Voyager estão seguindo viagem nesse lugar. Enquanto vivemos, deparamos com muitos problemas, mas cem anos passam num piscar de olhos. Não só a vida de uma pessoa, mas a história da humanidade, se comparada à história do universo, não é nada. Se está triste ou alegre num espaço de tempo tão curto assim, você se sente reanimado, não é?