Vivenciando o tempo

Vivenciando o tempo
Hamilton Farias de Lima, professor universitário

                    “Paixão só aprendeu a ficar por pouco tempo. O amor gosta mesmo é de permanecer a vida inteira”, Padre Fábio de Melo (1971 –  ).

Afirma a crendice popular, aquela resultante das experiências dos viveres, também conhecida como senso comum, que o tempo passa de forma inexorável para todos e para tudo. Até onde essa afirmativa se impõe e qual a realidade das coisas e dos acontecimentos?

O conhecimento dito senso comum não tem base científica, não dispõe de metodologia apropriada e específica; em consequência, não pode ser demonstrado, da mesma forma como recomendam os princípios metodológicos da ciência, portanto, inerentes ao saber científico.

Pela observação dos fenômenos da natureza, o homem iniciou o seu aprendizado buscando entender o que via e sentia, de maneira superficial, pois desconhecia meios que o fizessem estabelecer analogias, visto que a lógica utilizada objetivando o entendimento racionalizado, somente faz-se presente, no mundo ocidental, com os gregos, a partir do século IV a.C.

Das observações sobre o sol, a terra e a lua e os fenômenos de noite e dia, foram estabelecidas as convenções para ano, mês, semana, dias, horas e demais frações e, assim, eis o domínio do “tempo”, que é constante, visto que convenção. E isto é perfeitamente deduzível se imaginarmos que o que se entende por hoje foi o amanhã de ontem e o futuro, o hoje projetado para amanhã – como se vê e compreende, mera convenção em que o tempo não se altera, mas registra-se por regra social acatada e consentida.

Todos os seres existentes, na vastidão das diversidades biológicas, obedecem a ciclos evolutivos, estabelecidos em razão do nascer, desenvolver-se e findar-se, o que representa “o tempo” de cada espécie, convenção atrelada ao “passeio” espacial da terra e dos astros que nos cercam e nos influenciam pela grandeza cósmica de que são constituídos.

De passagem pelo tempo, o homem aproxima-se cada vez mais e de forma progressiva do que lhe cerca, dos fenômenos ocorridos e da compreensão das coisas. Por isto é racional afirmar que ele é o ator e autor do seu desenvolvimento e não, apenas, objeto do sobrenatural, ao contrário, é o sujeito da própria história, do seu ciclo de vida indiferente ao “tempo” convencionado.

Mesmo assim, vivenciar o “tempo” mediante um planejamento consciente é o desejável para quem se coloca em primeiro lugar entre os demais seres vivos, estabelecendo culturas e transformando a si mesmo e aos demais do seu entorno; ainda mais porque há que se valorizar os instantes trilhados, seguindo-se a  sabedoria popular quando afirma “a pedra atirada, a palavra dita e o dia de ontem, jamais terão retorno”. Reflita-se e que sejam produtivas suas vivências!

 

 

 

 

 

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