“Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir? ’ Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas.”(Mateus 6.30-32)
A gente não quer só comida. A gente quer muito mais. Quer satisfação para viver, quer uma vida significativa, quer realização. Somos assim e é assim mesmo que devemos ser. Todos carregamos um sentimento de que existimos para algo especial. E quando essa chama se apaga a vida perde muito de seu brilho. Creio que um dos alvos do Diabo é apaga-la em cada ser humano. Mas, ainda que não se apague, temos um problema e que Satanás também atua nele: compreender e reconhecer esse “algo especial”. Um dos resultados do pecado entre nós é que criamos muitos falsos positivos. Conhece a expressão? Na medicina indica que determinado exame confirmou um diagnóstico falso. Isso pode acontecer tanto para uma doença, cujo falso positivo pode ser um alívio, quanto para uma gravidez, cujo falso positivo pode ser uma decepção. Criamos falsos positivos para a vida.
A ideia é que criamos coisas que comunicam que tal pessoa alcançou sucesso e realização, quando na verdade não os alcançou. O perigo é que podemos investir muito, talvez toda a vida, para alcançamos tais indicativos e descobrir, muito tarde, que deveríamos ter feito outras escolhas. O pior arrependimento é o de ter nos tornado quem não queríamos de fato ser. Jesus nos adverte a não fazer das coisas terrenas, por mais importantes ou fundamentais que sejam a razão de nossa vida. Não devemos viver para alcança-las e nem tentar alcança-las confiando apenas em nós mesmos. Ele diz que este é o estilo de vida dos que não creem em Deus. E este é um estilo de vida que nos embrutece. Devemos contar com Deus e depender dele. Quando não reconhecemos dádivas em nossa vida, corremos o risco de nos tornar prepotentes e egocêntricos. Afinal fomos nós sozinhos que fizemos de nossa vida o que ela se tornou.
Isso é um grave desvio, pois a misericórdia de Deus sustenta-nos diariamente! (Lm 3.20). Jesus nos convida a confiar no cuidado e nos amor de Deus. Como? Reconhecendo-o como nosso Pai amoroso e com quem podemos contar. Servindo-o, adorando-o, buscando-o com todo o nosso coração. Tendo como foco nossa vida de fé e devoção, em lugar de ter como foco nossas conquistas terrenas. Elas poderão ter lugar, mas não como prioridades acima de Deus. Elas devem estar submetidas a Deus e, enquanto lutamos na vida, devemos fazê-lo contando com Sua direção, favor e graça. Este é o caminho para nos tornarmos quem, de fato, nos alegraremos em ser. Deus sabe o que precisamos. Seja suprido ou sentindo falta, devemos confiar em Seu amor. Ele deve ser nossa maior riqueza, pois qualquer outra sem Ele será a razão de nossa pior pobreza.
ucs