“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.” (Gálatas 5.22-23)
O que é a vida cristã e que tipo de pessoa é um cristão? Encontramos nestes dois versos de Gálatas uma excelente resposta. Paulo fala do “fruto do Espírito”, portanto, de uma vida que tem raízes em Deus. E é isso que a vida cristã é. Ela se revela pelo tipo de frutos que nossa vida manifesta, e não por nossa aparência ou ritos a que estamos acostumados. E se a raiz é divina, se o fruto é do Espírito Santo, então as pessoas podem perceber algo divino em nós. Definitivamente não é um tipo de vida que acontece por acaso, ao mesmo tempo em que não a podemos produzir por nós mesmos – é fruto do Espírito! Mas ainda assim envolve nossas escolhas, nossas buscas e nossa fé. Pelo fruto que manifesta, fica claro que implica em mudanças profundas em nossa forma de ver a nós mesmos, ver o outro e compreender a vida.
Alguns versos antes (Gl 5.18-20), Paulo fala de uma outra vida. Ele a classifica como “obras da carne”. Uma vida diametralmente oposta à cristã. É produzida por nós mesmos. Deus é desnecessário. As obras presentes nesta outra vida revelam desequilíbrio, cegueira espiritual e uma forma de relacionar-se marcada por dureza de coração. Nela lidamos de forma errada com nossos desejos e comprometemos nossa moral. Ferimos pessoas e a nós mesmos por não sermos capazes de lidar com conflitos adequadamente. Perdemos por falta de humildade e mansidão. Ela contrasta muito com a vida cristã, que é muito diferente!
A vida cristã descrita por Paulo exige mais que conhecer a Bíblia ou ser parte de uma igreja cristã. É possível a uma pessoa ler e conhecer a Bíblia e ir regularmente à igreja, mas ainda assim ter a vida do tipo “obras da carne”. Como disse Jesus, não basta dizer “Senhor, Senhor” (Mt 7.21). Mas um cristão verdadeiro é portador de algo que lhe foi dado por Deus e está sendo levado a viver de forma nova! Não é alguém treinado, é alguém em transformação. Não vive sob o peso de proibições, mas está aprendendo a fazer novas escolhas. Um cristão é inspirado pela beleza e leveza do Espírito de Deus, algo diferente de ser prisioneiro de ameaças religiosas. Não é alguém dominado pelo medo, mas alcançado pelo amor. Não está “tentando merecer”. Já recebeu, é amado e não anda sozinho. Essa é uma vida que somente Jesus Cristo pode nos dar.