Na rua, é possível sentir, nesta véspera de natal, a luz do sol esmagando seus ombros.
Neste período, em Salvador, a força secreta do viver salta de súbito e produz vários instantes soltos em si mesmo com significados diversos, como dias mais claros e praias cheias, festas de largo, turistas na cidade, que este ano será atípico devido ao coronavírus.
É como se, a cada dia, o sol ganhasse mais massa e trouxesse mais alegria.
O verão nos empurra para as extremidades, para as manhãs e as noites frescas e para as praias com águas mornas em Barra Grande, na península de Marau, Boipeba sendo que o local top é Morere, principalmente na lua cheia, praia do forte com a villa charmosa e cheia de turistas e os bares noturnos com música ao vivo.
No calor das tardes de verão do centro de Salvador, as igrejas são o único refúgio possível, escuras e frescas, onde dá vontade de ficar muito tempo. Na mente, parece até que deixamos de lado uma
pequena multidão de problemas e inquietações que pareciam eternos e fatais e, de repente, somem como a nuvem que fica para trás.
No verão, existe tanta vontade de se alegrar como uma apoteose mental, existindo uma fúria de sons de Olodum, Carlinhos Brown e Ivete Sangalo. Desfrutável, o baiano é neste período, um ser desfrutável da música e pelo sol.
Desfrutável que vira bagaço no fim do verão. Lembrando a música da banda Beijo:
“Já pintou verão, calor no coração, a festa vai começar. Salvador se agita. Numa só alegria.”
*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe no site www.osollo.com.br.