Veracel transforma os resíduos de sua fábrica em adubo para novos plantios de eucalipto

Veracel transforma os resíduos de sua fábrica em adubo para novos plantios de eucalipto
Veracel transforma os resíduos de sua fábrica em adubo para novos plantios de eucalipto. Foto: Ascom

A fábrica da Veracel Celulose, localizada no município de Eunápolis, no sul da Bahia, tem mantido, desde 2019, um índice de 98% de reciclagem de seus resíduos industriais. Esse resultado foi alcançado devido ao processo de melhoria contínua na gestão ambiental industrial, que está sempre em busca de soluções inovadoras para reduzir e reutilizar resíduos, além de procurar sempre novas possibilidades de reciclagem para o que é gerado no processo de fabricação de celulose. Foram inúmeras as soluções encontradas pela empresa. 

“Saber enxergar o valor dos resíduos para serem transformados em outros produtos é crucial para a aplicação da economia circular nos processos produtivos de todos os setores. Os nossos resíduos são ricos em matéria orgânica e calcário, que são características muito importantes para o uso na agricultura”, explica Tarciso Matos, coordenador de meio ambiente da companhia. 

Atualmente, a Veracel tem uma gestão de resíduos bastante sustentável e que agrega muito valor ao resíduo gerado, convertendo-o em matéria prima, insumos ou recursos energéticos, e utilizando-o dentro e fora da empresa.  Dois exemplos de sucesso nesse sentido são a transformação de resíduo em fertilizante orgânico e em corretivo de acidez do solo. “Identificamos o valor daquele subproduto para melhorar o solo, que nutre os nossos cultivos, e para aumentar a nossa produtividade florestal. Dessa forma, criamos um ciclo sustentável entre a floresta e a produção industrial”, complementa Matos. 

Nos últimos 12 anos, a Veracel aumentou em quase 30% o índice de reciclagem de resíduos da empresa e duplicou a vida útil de seu aterro industrial, que estava com o volume praticamente esgotado. 

Como é feito o fertilizante orgânico 

De forma resumida, o fertilizante orgânico é formado a partir do lodo biológico proveniente do tratamento de efluentes da fábrica. Esse material passa por um processo de fermentação anaeróbia (sem oxigênio). Depois de aproximadamente quatro meses, é disposto temporariamente em um leito de secagem, em estruturas denominadas estufas agrícolas. Quando o material atinge uma consistência ideal, é submetido a um processo de polimento e secagem, resultando no fertilizante orgânico.

Como é feito o corretivo de acidez de solo

As características dos resíduos calcários gerados na fabricação de celulose os tornam extremamente valorosos para o uso corretivo de acidez de solo. Os resíduos calcários passam por um processo de secagem ao sol e depois são misturados com a cinza de biomassa, que é proveniente do sistema de controle atmosférico da caldeira de biomassa de eucalipto. Em seguida, a mistura é peneirada e vendida como corretivo de acidez. Além da finalidade de correção de solo, o material tem a função de fornecer cálcio e magnésio para aumentar a produtividade agrícola. Além de possuir os elementos químicos comuns aos corretivos de acidez de solo tradicionais, o corretivo, produzido pela Veracel em parceria com a empresa Vida e registrado no Ministério da Agricultura, tem um grande diferencial, devido à adição ao solo da cinza de biomassa – composto formato pela mistura de outros micronutrientes, como o potássio.

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