O deputado estadual Valmir Assunção (PT) acompanhou os representantes do Movimento Sem-Terra (MST) que se reuniram na manhã de ontem, sexta-feira 30 de abril, com o governador Jaques Wagner e os secretários Eduardo Salles (Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária) e Cézar Lisboa (Relações Institucionais) para apresentar a pauta de reivindicação do movimento. Entre os pontos principais citados pelos sem-terra estão os referentes a três eixos: produção, infraestrutura e terra.
Desfazendo todo o fuzuê criado pela imprensa baiana, por causa do contratempo causado com a chegada da caminhada do MST a Salvador no início da semana, o governador Wagner (após as negociações) desceu de seu gabinete e, em um palco improvisado pelos membros do movimento, anunciou as principais reivindicações atendidas. “Muitos criticaram a posição de vocês marcharem para a capital, em busca de soluções, dizendo que a luta de vocês é um crime. Com certeza quem reclamou foram os grandes, que têm suas terras, não produzem e ficam ostentando grandeza. Lutar pelos seus direitos não é crime. E estou aqui hoje para ratificar isso.”, assegurou Jaques Wagner ao mesmo tempo em que colocava um boné do MST.
Quebrando o protocolo (de ninguém falar depois do governador), o deputado Valmir Assunção falou dos acordos com o governo enfatizando a representatividade do MST na Bahia e, com prontidão, pediu voto para Wagner. “Nós estamos garantindo aqui, governador, que vamos varrer esse Estado indo a cada acampamento e assentamento, de baixo da lona preta, de casa em casa, convencendo que o projeto de Lula e Wagner é o melhor para a Bahia”. Assunção ainda agradeceu ao governador pela oportunidade de ter sido secretário de estado. “Wagner foi mais ousado que Lula, pois o presidente colocou o boné dos sem terra e Wagner colocou um secretário sem terra”, completou.
Acordo com o governo
Foi acordado que as ações de reintegração de posse serão centralizadas na Casa Militar, que formará uma comissão para análise desses processos, visando ao aumento de produção e comprometimento da elaboração de projetos produtivos para o cacau, o café, a mamona e o leite nos assentamentos para serem enviados ao Incra.
O Incra se comprometeu a construir a Adutora do Chapadão, em Vitória da Conquista, obra que vai atender 600 famílias de trabalhadores assentados, com investimentos de R$ 10 milhões.
Três projetos importantes foram aprovados pela Secretaria de Desenvolvimento Social e de Combate à Pobreza (Sedes), que são a construção da Cooperativa Central dos Assentamentos da Bahia, a implantação do Centro de Cultura e Assistência Social e a Central das Associações Comunitárias de Ocupantes e Assentados do Semiárido Baiano. Ainda serão disponibilizados pelo Estado para os assentamentos kits de mecanização e de irrigação elétrica, cinco casas de farinha, laticínio e despolpadeiras de frutas.
Fonte: Comunicação Bahia