Nunca fiquei internado numa UTI, mas já entrei em várias, em perícias trabalhistas ou mesmo em visitas a parentes. Em todas as unidades de terapia intensiva, havia as mesmas cortinas azuis e brancas. Em todas essas unidades, havia os mesmos sons, o mesmo gorgolejar pelos tubos de plástico, o mesmo gotejar do tubo intravenoso, os mesmos chiados, os mesmos alarmes.
Em todas essas unidades de terapia intensiva, havia as mesmas exigências de proteção contra novas infecções: o vestir dos mesmos aventais, dos protetores de sapatos, da touca cirúrgica, da máscara e das luvas.
Em todas essas unidades de terapia intensiva, havia a mesma corrida de um lado ao outro quando um código era acionado. Máquinas demais, luzes demais, amarrados à cama, braços e pernas presos, fios de uma máquina colados às suas têmporas. É muita gente lutando para se manter viva. Ajudar e atender é o que médicos e enfermeiros fazem.