O Banco Central (BC) considera que há uma exagerada utilização de cartões de crédito no país, estimulada pelos incentivos ofertados aos consumidores e pela falta de transparência do custo desse instrumento de pagamento. Para o BC, essa situação “acaba impactando o preço dos bens”.
A avaliação consta do Relatório de Vigilância do Sistema de Pagamentos Brasileiro 2014, divulgado ontem. No relatório mensal do BC sobre crédito, a taxa de juros mais alta é a do rotativo do cartão de crédito, que subiu 1,7 ponto percentual de março para abril, e chegou a 347,5% ao ano.
A taxa média das compras, com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados subiu 3,1 pontos percentuais para 114,6% ao ano. O BC defende que nos casos em que o usuário não necessita de crédito para financiar suas compras, a utilização do cartão de débito é “socialmente mais eficiente”.
Isso porque é uma operação mais barata, tanto para estabelecimentos quanto para consumidores. O BC lembra que a taxa de desconto e o prazo de recebimento são menores para os comerciantes, pois o custo com gerenciamento de riscos é menor que nas operações com cartão de crédito.
O relatório também informa que, em 2014, foram realizados R$ 593 bilhões em transações no cartão de crédito (crescimento de 11%) e R$ 348 bilhões em débito (19%). Em 2013, a elevação foi 15% e 23%, respectivamente.
O BC informa ainda que o montante das transações não presenciais já representa 17% do total do faturamento com cartões de crédito e por isso pede que as empresas de cartão reduzam o aumento de riscos com essa transação, “sem onerar o comércio e os consumidores”.
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