A Unilever, uma das maiores empresas de bens de consumo, divulgou na terça-feira, 19, que planeja eliminar 7.500 postos de trabalho e desmembrar sua divisão de sorvetes, que inclui a Ben & Jerry’s. As informações são do Estadão.
Essas ações visam diminuir despesas e simplificar o conjunto de marcas da empresa. Segundo Ian Meakins, presidente da companhia com sede em Londres, essas medidas tornarão a Unilever “mais enxuta, focada e eficiente”.
A divisão de sorvetes da empresa gerou vendas de € 7,9 bilhões no ano passado, representando cerca de 13% do total de vendas da empresa. Essa divisão inclui a Ben & Jerry’s, adquirida pela Unilever em 2000, além de outras marcas como Cornetto, Magnum, Talenti e Wall’s. A previsão é de que o desmembramento seja concluído até o final de 2025.
Hein Schumacher, CEO da Unilever desde julho, revelou um plano no final do ano passado para “impulsionar o crescimento e liberar o potencial” da empresa, em parte, concentrando-se em apenas 30 das centenas de marcas da empresa.
Na terça, Schumacher afirmou que a redução de postos de trabalho e o desmembramento da divisão de sorvetes “acelerariam” o plano, resultando em uma economia de quase US$ 870 milhões em despesas nos próximos três anos. As demissões, que serão principalmente de “cargos baseados em escritórios” ao redor do mundo, representam cerca de 6% da força de trabalho da Unilever.
No início de 2022, Nelson Peltz, um dos mais destacados investidores ativistas de Wall Street, começou a adquirir ações da Unilever. Peltz, famoso por pressionar empresas a simplificar suas estruturas corporativas, conseguiu um lugar no conselho da Unilever mais tarde naquele ano, onde ainda permanece. Após o desmembramento proposto, as unidades remanescentes da Unilever incluirão marcas de saúde e beleza como o sabonete Dove, bens de consumo como o detergente Surf e marcas de alimentos, incluindo a maionese Hellmann’s.
Ainda de acordo com o Estadão, a principal concorrente da Unilever, a Nestlé, transferiu muitas de suas marcas de sorvetes europeias para uma joint venture com uma empresa de private equity em 2016 e vendeu suas marcas nos EUA, incluindo Dreyer’s e Häagen-Dazs, para a joint venture em 2019.
Com informações: Estadão