Uma visão pragmática

Por Hamilton Farias de Lima, prof. titular,ex-diretor da Uneb.

“A sabedoria é filha da experiência”, Leonardo da Vinci (1452-1519).

Retorno à questão universitária conseqüente à futura implantação da Ufesba no Extremo Sul baiano, atento aos aspectos de sua identidade territorial, pelo significado representativo político-econômico-social dessa parte geográfica importante da Bahia , com área de contornos geográficos limitada e desenhada ao norte por elementos lindeiros representados pelo Rio Jequitinhonha, que corta o Estado, ao sul pelas regiões litorâneas vizinhas espirito-santenses , a leste pelo oceano Atlântico, e, ao oeste, pelos municípios limítrofes do Estado de Minas Gerais.

Na atualidade, essa grande Região vem apresentando características sociais marcantes e bem próprias e, com certeza, resultante das atividades econômicas garantidoras e implementadoras do seu crescimento, notadamente as sub-regiões representadas pelas cidades-pólo de Porto Seguro/Eunápolis e de Teixeira de Freitas, com atividades produtivas diferenciadas, a primeira notadamente com as ações do turismo/lazer e a segunda fundamentada na agropecuária, esta reconhecidamente muito mais efetiva e marcante no sul extremo- regional.

Esses dois grandes centros – complementados a outros de seus entornos, de menores mas importantes significados econômicos – têm se destacados na vida política e social do Extremo Sul, no entanto, ainda não alcançando os níveis de suficiência caracterizadores de um desejável desenvolvimento sustentado do conjunto municipal, quer nos setores primário, secundário ou terciário da economia, abrangendo-se a identidade territorial comum.

Identificar o que falta, parece-nos, de imediato, ser a questão a ser equacionada no tabuleiro do futuro desenvolvimento regional, claro implementando-se a seguir as politicas julgadas oportunas, na pretensão de um desiderato de progresso.

Ora, em face o exposto, talvez caiba questionar-se a que propósitos servem uma universidade ? Anteriormente, em artigo neste mesmo espaço, já foi observado que o crescimento extremo-sulino-baiano “é de histórico recente… De inicio a exploração da madeira, a criação de gado, as culturas agrícolas diversas… “.

E, ainda, “O advento, enfim, da Universidade há de se constituir num marco histórico para Região do Extremo Sul, como instrumento estratégico do seu progresso referenciado pelos diversos cursos superiores que forem concebidos e ajustados às formações profissionais que a comunidade está a requerer”.

Sejamos, pois, práticos! Há uma premente necessidade de que proposições sejam efetivadas ao longo da construção do projeto da Ufesba , de forma lógica e com muita energia, a fim de que, como anteriormente aqui escrito, “a Universidade, locus crítico do saber, possa propiciar em longo prazo as transformações que dela se esperam no contexto social amplo do Extremo Sul da Bahia…”.

Com base na lógica dos múltiplos interesses desenvolvimentistas regionais, o pragmatismo indica que os mais variados atores comunitários se constituam agentes propositivos e executores das ações indispensáveis à organização do ensino superior, pois o tempo não espera e a cobrança futura da sociedade não premiará os ausentes.

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