Uma profecia política

“Veio a mim esta palavra do Senhor: Filho do homem, profetize contra os pastores de Israel; profetize e diga-lhes: ‘Assim diz o Soberano Senhor: Ai dos pastores de Israel que só cuidam de si mesmos! Acaso os pastores não deveriam cuidar do rebanho?” (Ezequiel 34.1)

Uma profecia políticaAssim começa o capítulo 34 da profecia de Ezequiel. Ele profetizou entre 593 e 571 a.C.. Sua profecia apresenta-nos um texto cronologicamente muito distante de nós, para dizer o mínimo. Há aspectos culturais os mais diversos que diferenciam seu contexto do nosso. O profeta está falando para uma sociedade pecuária e agrícola e ao transmitir a mensagem recebida de Deus a figura usada advém dessa visão de mundo. Ezequiel recebe uma profecia para os “pastores de Israel”. Facilmente ao lê-lo podemos perder de vista que a profecia não tem como destinatários apenas a classe religiosa, os sacerdotes. Mais certamente ela dirige-se aos líderes políticos. Aos líderes da nação, especialmente ao rei e sua corte de poderosos. Podemos considerar também que trata-se de uma profecia dirigida a todo tipo de líder. Liderar é ter poder e Deus leva muito a sério o modo como usamos o poder. Ele é o Juiz de todo poder exercido na terra.

A profecia de Ezequiel pode ser dividida em três partes. A ultima parte, que inicia-se no capítulo 33 e vai até o final do livro, fala de restauração. As duas primeiras falam de juízo. A primeira sobre Israel e a segunda sobre as demais nações. Ao falar de restauração Deus aponta o dedo para os líderes. Grande parte dos problemas estava neles e a solução passaria por eles. Líderes fazem muita diferença. Líderes influenciam, inspiram, apontam caminhos. A liderança tem diversos níveis e todos precisamos exerce-la. Precisamos ser líderes de nós mesmos, ser pessoas responsáveis. A palavra ‘responsabilidade’, se dividida ao meio, ‘respons’ + ‘abilidade’, oferece-nos uma interessante compreensão: A habilidade de responder. Liderar é também ser capaz e hábil para responder à vida e atuar nas relações. Cada um de nós precisa ser um bom líder de si mesmo. Boa parte de nossos problemas tem relação com nossa liderança pessoal.

Se pensamos em nosso país e aplicarmos estas perspectivas, reforçaremos a percepção de que temos muito a lamentar e muito a trabalhar. Nossos líderes tem se revelado hábeis em responder, mas de um jeito perverso, ardiloso. Suas atitudes revelam muita habilidade, mas não de um jeito que poderíamos qualificar como responsável. Faltam ética, decência e amor à nação. Neste mês em que lembramos a independência do Brasil e que antecede as eleições municipais, devemos orar e ser cuidadosos. Temos muitos problemas e a solução passa por líderes melhores. Onde eles estão? Como reconhece-los? Sobretudo, como formá-los? Se o Evangelho de Cristo nos alcançou, precisamos ser pessoas e formar comunidades com potencial para oferecer à cidade e ao país líderes decentes. Pessoas que amem a Deus e ao próximo. Este é um papel da igreja e dos cristãos. Para começar, sejamos bons líderes de nós mesmos. Amemos a Deus e ao próximo. Já teremos dado um passo fundamental.

 

ucs

 

 

 

 

 

 

 

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