Uma noite no Chalé

Uma noite no Chalé

Na minha juventude passava as férias de junho e do fim do ano no Chalé, casa ampla, que parece um hotel antigo, as paredes espessas e as tábuas do assoalho em taboados. As janelas são majestosas, altas. Os cômodos são grandes. Os banheiros são construídos em uma escala diferente de qualquer coisa já vista, no seu interior tem uma capela, no final do corredor, com a Virgem Maria no centro, e um crucifixo, ao lado uma área de estar, com um sofá, mesinha de centro e cadeiras de palhinhas.

Está casa construída por seu bisavô Francisco, estava as margens do rio Itapicuru que entre 1909 e 1911, passou por uma grande enchente, e toda a cidade foi destruída pelas águas, no entanto, o Chalé se manteve firme, pela fundação sólida, e é muito mais impressionante por dentro do que por fora, neste cenário vive com doze ou treze anos, uma noite de medo. No crepúsculo molhado do mês de junho, quando escurecia, era um breu total. Sai no quarto depois da meia-noite, pelo corredor longo tabuado, para ir à cozinha, bebeu água.

Era assustador este corredor, pois morcegos assustados cujas asas não faziam ruído, circulavam constantemente, mas ainda mais medonha e terrível era a lentidão do meu progresso, pois, por mais que andasse , a escuridão não se abrandava, e assaltou-me um novo calafrio. Eu temia enquanto especulava sobre o motivo de não ter alcançado a cozinha, e após beber água voltei na escuridão, e esta sensação de medo lembro até hoje.

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