Uma História interessante

Alguns dias atrás, conversando com um amigo que mora na região de Porto Seguro há mais de vinte anos, percebi algo que me parece interessante.

Normalmente a História do Brasil fala mais, exalta mais, a atuação dos portugueses para a descoberta de nosso país.

Portugueses e seus feitos, suas navegações, seus interesses diversos.

Fala também sobre a influência da raça africana que, posteriormente, trouxe para cá escravos, tradições outras como a culinária; o negro – homem forte e resistente; a negra – mulher muitas vezes de rara beleza.

Porém, independente de quem tenha aqui chegado, quando da vinda de Cabral ou depois dele, fato é que aqui já estavam os nativos, apelidados de “selvagens” pelos portugueses: os índios!

Sim, os índios! Os primeiros e verdadeiros habitantes deste nosso país!

Os Índios Selvagens

Entende-se o termo selvagem como “da selva” ou “não civilizado”, ou seja “incivilizado”! Não teriam os portugueses aplicado mais comumente esse sentido ligado ao termo de violência, àqueles que habitavam nossa terra?

Possivelmente, sim!

Para identificá-los perante os civilizados europeus.

“Selvagens”, que não conheciam o progresso, as armas de fogo, as naus, onde ficavam dezenas de pessoas! Que não sabiam ler nem escrever.

O termo adequado para esses índios não é – nem era – selvagem, mas “silvícolas”. Ou seja, aqueles que se originam da selva, que têm a ver com a selva.

A expedição naturalmente ficou como que chocada com a presença daquelas pessoas de aparência ingênua, sem roupas.

Era uma grande diferença. As européias, com suas roupas em excesso, gordas, e as índias em sua natural nudez.

Nudez que mostrava belos corpos, pueris e juvenis, em sua inocente vida indígena.

Inocente, mas ao que tudo indica, sábia. Sábia porque havia completa harmonia entre ser humano e natureza.

Pecado, como hoje entendemos, não havia.

Respeito e honra, sim, eram fatores de máxima importância.

O progresso como era conhecido dos portugueses e outros povos europeus, não havia. Rodas e outros objetos mais que, para eles há muito eram dominados, ali não se via. Vida simples, de caça, de poucas plantações. De alimentação pouco variada, de divertimentos sem complicações.

Esse povo era essencialmente simples. Obediente a um chefe maior e à hierarquia. Inveja ou ódio, possivelmente poderia ter, uma vez que isso pertence à índole humana. Mas acredito que aconteceriam em um grau muito pequeno, pois se tratava, também, de vida singela.

Portugueses levaram a fama desse episódio: a descoberta do Brasil.

Mas não nos esqueçamos que, além de já ter existido ali, naquela praia e lugar, uma civilização indígena, silvícola, também outras, em diversos pontos desse imenso território apareceriam posteriormente. Algumas civilizações, também chamadas “tribos” com costumes semelhantes ou diferentes de outras. Mas, fatores comuns naturalmente compartilhavam. Por exemplo, a caça, os banhos nos rios.

Imaginemos, hoje, como poderia ter sido essa vida indígena há tempos atrás.

Com toda nossa modernidade e muitas vezes influenciados pela educação e religião de que “isso não pode, isso é pecado!”, não seria de se estranhar que nos assustaríamos com aqueles costumes tão simples e diferentes dos nossos.

Mas, independente de modernidade ou não, uma realidade havia. Uma forma simples de vida, sem naus, sem armas, onde a simplicidade da natureza reinava. Onde a religião, como atualmente a conhecemos, não existia.

O Sol, a Lua, os Mares, talvez fossem esses os Deuses que perceberíamos naquele povo.

Nossos ancestrais, também

Claro está que nossa principal descendência vem dos europeus, particularmente de Portugal. Mas, teóricamente somos constituídos de um terço de cada uma dessas etnias: européia, africana e índia.

O português com o índio produziu o mameluco. Povo de tez morena e tom marrom, normalmente tem a pele lisa, com poucos pelos ou mesmo sem estes.

Diferentemente do português com africano que deu a seus descendentes pessoas mais escuras que os derivados dos índios e com a pele mais cabeluda.

Nos índios, os cabelos da cabeça geralmente são lisos ao passo que nos africanos são crespos.

Grande Nação Indígena

Mas, vejamos um fato: várias nações no mundo, pequenas ou grandes, possuem um espaço na ONU – Organização das Nações Unidas.

O termo “nações” está ligado diretamente a povos, pessoas. Não à área ocupada. Assim temos, por exemplo, a nação brasileira que ocupa esse espaço físico chamado Brasil; a nação colombiana, peruana, estadunidense, alemã, francesa, africana, etc…. Cada uma com seu determinado espaço físico.

Ocorre, também como exemplo, que uma determinada nação, mesmo não se considerando somente em seu espaço físico, faz questão de se intitular nação: os judeus. Assim temos a nação judáica.

Ora, primeiramente, os índios já estavam aqui em nossa terra muito antes de nós. Durante muitos anos, mais de um século, várias tribos indígenas foram descobertas e classificadas oficialmente: Tupiniquim, Pataxó, Guarani, Tupi, Carijó, etc.

Tantas são essas tribos até hoje consagradas e reconhecidas mundialmente.

Que tal, considerarmos que essas tribos, em sua totalidade, com suas características, seu “modus vivendi”, alcançando em determinada época neste país próximo a dois milhões de pessoas, também não teriam direito a um lugar nessa associação,

Internacional – a ONU – por suas diversas qualidades e influências, porque representam, realmente, uma grande parte das pessoas de todo o mundo?

Citei somente índios de nosso país, o Brasil. Mas, outros países também têm ou tiveram seus índios!

Os Estados Unidos, por exemplo, com seus Comanches, Dakotas, Sioux, etc…

O Peru, a Colômbia, a Austrália!

Possivelmente chegaríamos a um total próximo a cinco milhões de pessoas: de índios! Talvez mais!

Que grande nação essa indígena, não?

Não merece uma cadeira e um lugar permanente na ONU?

Creio que sim! Grande nação indígena!

Fonte de Pesquisa:

Segundo o relatório da “The Indigenous World 2008”, do “International Work Group for Indigenous Affairs”, existe ainda no mundo mais de vinte e um milhões de indígenas.

Fernando: e-mail: [email protected]

 

 

 

 

 

 

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