Um novo reino, um novo olhar

“Se ele o prejudicou em algo ou lhe deve alguma coisa, ponha na minha conta.” (Filemon 1.18)

Ideias são muito preciosas. Eu gosto de ideias. Teologia, teoria, doutrina e filosofia. Tudo isso formando caminhos para reflexões e proposições. Quando andamos por eles chegamos até a, por orgulho ou solidariedade, lamentar por imaginar que talvez muitos não tenham desenvolvido seu intelecto o bastante para saborear essas porções. E talvez por isso tendo se tornado prisioneiros de uma visão estreita, de uma audição curta, que aciona cedo demais às reações que ensurdecem e impedem o diálogo e o aprendizado. É triste quando justamente a ideia que temos do sagrado, de Deus, torna-se a razão que nos leva a desmerecer o ser humano e ver como profano quase tudo. Num estilo de vida que embrutece o próprio ser. Ideias têm consequências. Quais são as suas? Quais habitam você e inspiram sua vida?

Mas permita-me sugerir: o bem da vida não está nas ideias, nessas montanhas e vales da reflexão; na adrenalina e na endorfina das conclusões bem elaboradas. O bem da vida está na afeição, no amor, no que costumamos chamar coração. Um bem possível a todos: doutores e analfabetos. Pois o que embrutece não é não saber ler as letras, é não saber ler a vida! O bem está em aprendermos a discernir o que tem valor e não apenas aprendemos a calcular o preço. A matemática do ser é bem diferente da matemática do ser. Assim com a contabilidade do Reino de Deus é diferente da contabilidade do reino dos homens. E por isso o lucro não coincide. Em muitos casos o que é ganhar num é perder noutro, e vice-versa. O que mais usamos para lidar com a vida? Os critérios terrenos ou os valores divinos?

O que leva alguém a ter prazer em perdoar seu agressor ou devedor? Que alegria é essa que há em se assumir a conta do próximo, como se isso fosse um grande negócio? É um jeito superior de pensar, uma contabilidade de um outro reino. Quantas músicas cristãs você já aprendeu? Quanto da Bíblia já conhece e até poderia explicar a outros? Mas agora é que vem a pergunta que de fato define o sentido da fé: quem é você no modo como lida com a vida, com as pessoas e especialmente com as circunstâncias indesejáveis? Se o Deus a quem cantamos no templo não nos estiver levando a agir de maneira surpreendente por ser de um jeito mais divino que humano, mais do outro Reino do que do nosso, devemos parar e buscar quebrantamento, pois nos perdemos do Caminho.

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