No mundo fechado da riqueza conheço alguns nomes, com diferentes histórias de vida, mas a de Josef Safra, que teve uma existência super protegida e viveu praticamente sozinho no topo de uma montanha de dinheiro, e encarcerado na solidão sendo refém dos fantasmas do medo.
No filme do homem de 117 bilhões de reais, não tinha o dia a dia da cidade porque, mais alto do que a realidade, colocou tudo na segurança e em uma mansão gigantesca, se isolando de tudo. Viveu o comum de modo incomum isolado, o mundo para todos nós é a rua, a praça, o bairro, a cidade, a estrada, o bordel, o parque, o cinema, a hospedaria de cubículo sem luz nem ar, o mundo é o ônibus, o saguão de um edifício;
O mundo é a exaltação, a alegria, o prazer, o gozo e calor humano, e para ele foi a desconfiança, o distanciamento do mundano. Era um mundo rico, mas triste e sem fim; um grande mundo assombrado, era obcecado por segurança, e tinha uma equipe de guardas-costas, ex-agentes do Mossad, o serviço secreto de Israel. Sua mansão no Morumbi, que tem mais de 11 mil metros quadrados, é uma verdadeira fortaleza. Por todos os lados seguranças, mobília e paredes.
Ajudou muito com seu dinheiro, mas havia um sentimento de insegurança na sua alma e não se basqueteou com as sensações e sonhos do mundo. Foi brilhante na filantropia mas na morte só lágrimas solitárias que riscaram rostos impassíveis.
*João é natural de Salvador, onde reside. Engenheiro civil e de segurança do trabalho, é perito da Justiça do Trabalho e Federal. Neste espaço, nos apresenta o mundo sob sua ótica. Acompanhe no site www.osollo.com.br.