Um campo misto

“Os servos do dono do campo dirigiram-se a ele e disseram: O senhor não semeou boa semente em seu campo? Então, de onde veio o joio?’ ‘Um inimigo fez isso’, respondeu ele. Os servos lhe perguntaram: ‘O senhor quer que vamos tirá-lo?’ Ele respondeu: ‘Não, porque, ao tirar o joio, vocês poderão arrancar com ele o trigo.” (Mateus 13.28-29)

Um campo mistoJesus ensina sobre Reino de Deus usando muitas parábolas. É surpreendente o que Ele nos ensina com a parábola do trigo e do joio. Nela, o Reino de Deus é um campo misto, no qual o inimigo também trabalha, lançando suas sementes. Em que estão concorrendo no mesmo solo os interesses de Deus e de Satanás. Em que, o que é bom e belo aos olhos de Deus, está florescendo junto com o que de fato não é. O Reino de Deus não é um lugar hermético, controlado, onde somente a vontade de Deus se realiza e os filhos de Deus fazem tudo segundo a vontade de Deus. Não enquanto estiver aqui, entre nós. É estranho a nós um Deus tão poderoso e tão pouco controlador. Um Reino do Deus tão pouco divino!

Por que Deus não controla as coisas e não faz do Seu Reino entre nós um lugar seguro, puro, acima de qualquer suspeita, como tantos de nós gostaríamos e outro tanto de nós acredita ser possível, desde que sejamos mais firmes e façamos valer uma boa disciplina? Em resumo, Ele não faz isso porque escolheu nos amar em lugar de nos dominar. Resolveu nos chamar para Si em lugar de nos subjugar. Temos uma forte inclinação à tirania, ao controle, a fazer tudo segundo a nossa vontade. Deus não, Ele é mais humilde e amoroso. Por isso os servos querem arrancar tudo que acham ser joio mas o dono da lavoura não deixa. Jesus diz que o Reino de Deus entre nós é assim.

No Reino de Deus o que fazemos é muito importante. Nossos atos são como os frutos de uma arvore. As pessoas nos identificam por eles assim como, ao ver uma laranja numa planta a identificamos como uma laranjeira. Mas somos mais complexos e ricos que uma planta. Produzimos frutos diversos, contraditórios. Produzimos espigas de joio e de trigo, ao mesmo tempo, embora sejamos trigo. E se somos joio, também conseguimos enganar nos frutos. Não é assim com as plantas, mas é assim conosco. O Senhor da lavoura é quem sabe realmente quem somos. Ele nos deixa em seu campo para que também saibamos e sejamos transformados. Ele nos ama. Ama a todos. E esperará até o fim para que sejamos uma de Suas plantas. Pare de olhar ao redor. Olhe para si mesmo: trigo ou joio?

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