Um bom exemplo

“Portanto, suplico-lhes que sejam meus imitadores.” (1 Coríntios 4.16)

Estas são palavras do apóstolo Paulo aos irmãos da igreja de Corinto. Havia uma certa crise instalada, com disputas internas naquela comunidade. Havia disputa de poder e, consequentemente, divisões. Havia orgulho e partidarismo. O apóstolo então se oferece como um bom exemplo a ser seguido e convida aqueles irmãos a imitá-lo: “façam como eu faço”. Ele não toma essa atitude num sentido arrogante. Ele mostra a maneira como aprendeu a ver a vida e lidar com ela por causa de sua fé em Cristo. E é neste sentido que ele se oferece para ser imitado.

Paulo sabia que, independente de sua competência ou dedicação no serviço do Reino, o que tinha, havia recebido como dádiva de Deus, que era quem tornava próspero o seu trabalho. Paulo se esforçava por viver o que tão facilmente falamos: que toda glória pertence a Deus (1 Co 3.5-6).
Sua identidade primordial era a de servo de Cristo. E diz aos irmãos de Corinto: que as pessoas nos considerem assim, como servos de Cristo (4.1). Nenhum dom, conhecimento ou posição na igreja ou em qualquer lugar deveria ser motivo de presunção ou orgulho, mas de compromisso firme em servir e transmitir a outros as grandezas da misericórdia divina.

Ele mantinha a clara consciência de que estava sob o olhar de Cristo, que era aquele a quem procurava agradar. Não dependia da aprovação dos outros, mas de Cristo. Não dependia da consciência dos outros e nem ele mesmo julgava a si. Em outras palavras: ser aprovado pelos outros ou por si mesmo e ser desaprovado por Cristo nada adiantaria. Ele tinha como ambição agradar ao Mestre. Não vivia ocupado em agradar às exigências dos outros e nem se apoiava unicamente em suas próprias convicções, mas ocupava-se de submeter-se a Cristo (4.3-4). É desse lugar que Paulo convida aqueles irmãos e imitá-lo: tenham as mesmas atitudes que eu tenho!

Todos somos exemplo para alguém e todos tomamos alguém como exemplo. Podemos ser bons exemplos e podemos ser cuidadosos quanto a quem se constitui exemplo para nós. Se todos nós olharmos firmemente para Cristo, se ambicionarmos amar a Deus sobre tudo e ao nosso próximo como a nós mesmos; se com alguma frequência dedicarmos um tempo sério para confessarmos nossos pecados a Deus e pedirmos que nos faça ver mais claramente a verdade sobre nós mesmos, seremos uteis à vida dos outros como exemplos a serem seguidos.

Talvez você não saiba falar em público, talvez não cante ou toque qualquer instrumento. Talvez não goste de escrever e nem se sinta capaz de aproximar-se de pessoas com o propósito de evangeliza-las. Talvez a falta dessas coisas leve você a pensar que tem pouco a dar.  Mas está enganado. Sua vida pode ser um poderoso instrumento nas mãos de Deus. Um instrumento que discursos, performances ou esquemas de evangelização pessoal jamais poderão ser. Você pode ser um bom exemplo. O exemplo de alguém que serve e ama a Deus e às pessoas. De alguém que ora de forma simples e verdadeira. De alguém humilde e amável e pronto a servir.
Mais importante do que saber falar do Evangelho é ser um sinal, uma manifestação do Evangelho. Ser alguém cuja vida revele que entendeu o Evangelho. Alguém em quem as pessoas possam ver o Evangelho habitando. Viva de tal modo que as pessoas possam imitar você. O segredo não é sua capacidade, mas sua entrega e confiança na graça de Cristo.

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