A proposta de “escalonamento” feita pela Reitoria da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), referente ao Processo Seletivo para o Segundo Ciclo em Medicina, tem sido debatida em reuniões durante a semana. O assunto diverge opiniões e levou a uma manifestação enfática na última segunda-feira (27) em frente a um dos campi.
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O jornal O Sollo tem acompanhado a questão de lá para cá e conseguiu ouvir posicionamentos de estudantes e colegiados, tendo em vista o que é destacado pela Reitoria. Na terça-feira, dia 28, foi realizada uma reunião entre a Pró-reitoria de Gestão Acadêmica da UFSB e os alunos do campus Sosígenes Costa (CSC) em Porto Seguro.
Conforme boletim enviado à redação pelo estudante do CSC Leonardo Wishart, ao lado dos representantes de curso, a reunião teve o objetivo de apresentar a proposta de escalonamento do curso de Bacharelado Interdisciplinar de Saúde (BI-Saúde). O “escalonamento” significa que todos os alunos do Bi–Saúde, atualmente, sejam de Itabuna, Porto Seguro ou Teixeira de Freitas, terão direito a participar da migração para o curso de Medicina. Essa migração será realizada anualmente e de forma gradual, até que todos os alunos tenham migrado. Os alunos de Porto Seguro demonstraram compreensão com todos os elementos divulgados, de modo que não haverá diminuição do número de vagas, mas sim uma nova divisão – tida como mais igualitária e justa, diferentemente do que ocorre atualmente, em que há apenas uma migração anual referente a turma do respectivo ano de formação. Cabendo ainda ressaltar que, das 80 vagas existentes atualmente, a grande maioria foi preenchida com alunos oriundos de Teixeira de Freitas.
O contraponto apresentado pelos estudantes do campus Paulo Freire, através de representante, ressalta que “não existe nenhum documento que previa a divisão de vagas por campus quando entramos na UFSB, mas sim que todos os alunos dos três campus concorreriam as 80 vagas do curso de medicina igualitariamente, conforme os princípios legais e constitucionais“. Segundo nota enviada, é considerado que o desempenho acadêmico passa a não ser observado para que haja as progressões – um risco, visto que são esses profissionais que atenderão a população nas unidades básicas de saúde, hospitais, unidades de pronto atendimento e demais instituições de saúde.
“Esperamos que a UFSB resolva os problemas sem gerar problemas ainda maiores. A Universidade não pode retroagir direitos“, completou Reinan Souza, representante estudantil.
Através de e-mail, conseguimos falar com a coordenadora do BI-Saúde de Porto Seguro, a Prof.ª Dr.ª Lina Rodrigues de Faria. Conforme nota, os Colegiados de Curso consideram que: a proposta da Reitoria, de escalonamento, fere o compromisso estabelecido com a comunidade do Extremo Sul da Bahia e, também, com o MEC – que é de entrada contínua de estudantes nos Bacharelados. A proposta atual da Gestão fecha por dois ou mais anos a entrada nos BI-Saúde.