Turista

Turista

Já viajei por vários países e como turista vejo que esta indústria foi industrializada e massificada nesta era moderna. Tem agências de turismo que oferecem viagens de ônibus em muitos dias, para hotéis monstruosos onde se descansa em um resort “all inclusive”, procurando não pensar que a menos de um km existe um esgoto a céu aberto.

Esse viajante pálido, com o corpo dormente devido à muitas horas no ônibus, tira fotos tremidas pela janela. Nas paradas curtas do veículo, vê com os próprios olhos os lugares recomendados nos guias e, satisfeito, percebe: isso tudo existe mesmo! O turista quer o exótico, mas sem muito exagero. Quer o real, mas não à custa do seu banho matinal, de jeito nenhum. Quer emoções, mas sem chegar ao ponto de ficar preocupado. Os negócios, inclusive o turismo, deslocaram os limites daquilo que é ético e humanitário. A viagem é também uma conquista. Quando partimos, levamos conosco o nosso oceano de significados, conceitos e hábitos de pensamento. A conquista é possível devido aos guias que sempre sabem quais lugares devem ser visitados e o que é imprescindível ver.

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