De um poeta russo: “Dos lábios impossíveis eu ouvia, a fúnebre notícia, impassível”. Já perdi meu pai, sogro, sogra, cunhada e amigos e penso que a juventude de todos eles e a minha, fase dos 16 aos 30 anos, é um tempo que não se importa com nada, como se possuirmos todos os tesouros do universo.
Nesta época pensávamos, “Estou seguro de mim, o mundo é meu”. Mas os dias correm, passam, e todo o charme some como cera derretida pelo sol, como a neve. E penso que todo o mistério desta fase da vida, não consiste em pensar que fariamos tudo. Em todos nós, se considerar-mos com seriedade temos o direito de dizer “Oh, o que eu teria feito, se não tivesse esbanjado o meu tempo!” Despedindo-me de tantas pessoas queridas. E agora que as sombras noturnas já vêm obscurecendo a vida, o que é que resta de mais fresco, de mais precioso, senão as recordações de tantos momentos belos. Tudo passa.