Imagine ter mais de 100 anos e ser apenas um adolescente? Essa foi a vida de uma fêmea de tubarão da Groelândia encontrada morta encalhada na Cornualha, região do Reino Unido. A rara espécie de tubarão pode viver até 500 anos, sendo considerado o vertebrado de vida mais longa.
A fêmea encontrada na Cornualha media 3,96 metros de comprimento. A idade dela foi revelada em um exame pós-morte. Ela foi a segunda encontrada no Reino Unido a ser totalmente examinada após morrer. As análises mostraram ainda que a tubarão teria encalhado viva.
“Não consigo parar de pensar nesse tubarão da Groelândia, recuperada morta do mar esta noite. Mesmo que ela tivesse ‘apenas’ 100 anos, ela dividiu a Terra com o lobo-da-tasmânia e o pombo-passageiro. Ela nadou calmamente no fundo do oceano enquanto guerras aconteciam acima dela”, escreveu a bióloga Rosie Woodroffe, na última terça-feira (15), logo que o animal foi encontrado
Agora, os cientistas tentam precisar a idade do tubarão. As lentes dos olhos e uma seção da vértebra da fêmea foram enviadas a especialistas, para uma estimativa melhor. De acordo com Rob Deaville, da Sociedade Zoológica do programa de investigação de encalhes de cetáceos de Londres, é difícil definir.
“Houve muito trabalho no passado, embora mostrando que esta espécie é potencialmente o vertebrado de vida mais longa do planeta, um ou dois têm idade de até 400 ou talvez 500 anos. Agora, este animal certamente não é tão velho, mas tem mais de 100 anos? Muito possivelmente, mas precisamos enviar essas amostras antes que possamos lidar melhor com isso”, disse, em entrevista à BBC.
Foi a própria BBC que noticiou, em 2016, a descoberta da espécie de tubarão da Groelândia. Na ocasião, os pesquisadores usaram datação por radiocarbono para determina a idade de 28 indivíduos. Eles descobriram ainda que esses tubarões crescem apenas 1 centímetro por ano e alcançam a maturidade sexual aos 150 anos.
Mas, o leitor recifense não precisa ter medo. Essa espécie de tubarão dificilmente chegará até a praia de Boa Viagem, já que é comum apenas em regiões frias encontrados a mais de 1,2 mil metros de profundidade, no Ártico e nos mares do norte do Atlântico. Ele também já foi avistado em regiões distantes, na Antártida e na Argentina.
Fonte: Olhar Digital