“Jesus lhes contou outra parábola, dizendo: O Reino dos céus é como um homem que semeou boa semente em seu campo. Mas enquanto todos dormiam, veio o seu inimigo e semeou o joio no meio do trigo e se foi.” (Mateus 13.24-25)
O Reino de Deus veio a nós. Ele se estabeleceu na história e se constituiu na vida de pessoas. E pessoas, por causa da graça e amor de Deus em Cristo, unem-se como sinais do Reino de Deus – a igreja. Tudo isso é afirmado nas Escrituras. Mas há algo mais: o Reino de Deus entre nos não é puro, não se constituiu apenas do que deveria. É um “ainda não” em meio ao “já” da obra consumada por Cristo. E isso se constata em dois níveis importantes: no pessoal, porque somos habitados pelo que honra e pelo que não honra a Deus; e no coletivo, porque formamos comunidades que incluem verdadeiros e falsos seguidores de Cristo.
O trigo e o joio são plantas muito parecidas. O joio é considerado uma erva daninha, que prejudica e compromete o trigo. Trigo e joio habitam nosso mundo interior e também somos comunidades cristãs em que há tanto um quanto o outro. Seguiremos assim, ao longo de nossa vida por aqui, .sendo desafiados por dentro e ao redor. Precisando ser cuidadosos e tementes. Não somos capazes de nos livrar completamente do mal que vem de dentro e nem de reconhecer realmente o joio ao nosso redor. Só podemos saber quem somos!
Alguns esperam que a igreja seja um lugar isento, em que não haja problemas e onde não ocorram situações lamentáveis. Precisamos nos esforçar realmente para que seja assim. Mas não há como ter garantia disso. Somos uma plantação em que há trigo e joio. Ao tentar identificar e eliminar o joio, corremos o grande risco de eliminar o trigo. Precisaremos seguir em frente, até o dia da colheita. Somente lá não haverá enganos. O Reino de Deus entre nós é assim! E como não somos plantas, mas pessoas, que o trigo escolha crescer em qualidade e que o joio para ser transformado em trigo. A Mão do Senhor é que faz isso!