Gosto de me recostar no veludo macio do banco, sentir o calor do sol entrando pela janela, o vagão me embalando, o ritmo reconfortante das rodas sobre os trilhos, olhando para as casas à margem da linha do trem. Já fizemos várias viagens de trem, e a mais bela e histórica foi entre Varsóvia e Praga.
Uma viagem de 10h19min a uma distância de aproximadamente 510 km. Lá fora, ainda estava claro, mas estávamos sentados e as sombras vagavam pelos nossos rostos de forma intimista. As paisagens naturais são impressionantes, apresentando arquitetura medieval. Lembro que passamos por uma pequena cidade, onde alguém ajudou uma grávida a desembarcar. A luz cambiando no entardecer é relaxante. Um passageiro com um cachorrinho lindo estava no nosso vagão, e não esqueci. As horas passando, o passado é sempre mais seguro, pois vem do fato de já sabermos como as histórias começam e terminam.
Observar a arquitetura de inspiração europeia, dando lugar a campos abertos e terrenos planos, é simplesmente seguir viajando por locais obscenamente belos.
Chegamos a Praga, uma cidade que considero tão bela como Paris. Não sofreu os bombardeios da Segunda Guerra como Varsóvia, que foi reconstruída, e tem arquitetura histórica e bela.