A sequência de tremores que atingiu o centro da Turquia e o noroeste da Síria na madrugada de segunda-feira, 6 de fevereiro, são os maiores na região desde 1939. Foram registrados 7,8 graus na escala Richter, que mede a magnitude de terremotos. Naquela ocasião, foram cerca de 30.000 pessoas mortas.
Em entrevista, o técnico em sismologia do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), José Roberto Barbora, afirma que “a quantidade de energia liberada [equivale ao impacto] ente 160 e 180 bombas atômicas que atingiram Hiroshima”. O ataque se deu em 1945, durante a 2ª Guerra Mundial.
“Quando [o terremoto] é registrado eu uma profundidade focal superficial, a energia chega muito mais forte na superfície. Isso fica mais preocupante quando se encontram construções antigas que não foram feitas com a proteção para terremotos”, afirma Barbosa.
O técnico explica que a região da Falha de Anatólia, onde a cidade turca de Kahramanmaraş está localizada, fica entre duas placas tectônicas, a Euroasiática e a Africana, e vai de sudoeste a noroeste da fronteira sudeste da Turquia com a Síria.
“É uma região complicada, de bordas de placas, que volta e meia acontecem pequenos tremores. Ocasionalmente, acontecem grandes terremotos que destroem tudo”, diz o técnico.
Já em 1999, a região turca de Izmit, próxima à Grécia, marcou 7.4 graus na escala de magnitude e cerca de 17.000 pessoas morreram.
Em 2020, a Turquia também registrou um abalo sísmico de 6.7 graus no mar Egeu, que também foi sentido na Grécia. Foram ao menos 19 pessoas mortas e outras 700 feridas.
Considerando todos os tremores registrados neste século, o que abalou a Turquia e a Síria nesta 2ª feira (6.fev) está entre os 20 mais fortes. Terremotos registrados em 2020, no Alasca (EUA), e em 2015, no Nepal, também atingiram 7.8 na escala Richter.
Desde 1990, a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA) registrou 58 terremotos na região, sendo 4 deles com magnitude igual ou superior a 7, considerados grandes terremotos. O Irã, outro país da região da Falha de Anatólia, também está entre os países com maior atividade sísmica nas últimas 3 décadas.
Os 5 maiores terremotos já registrados foram no Chile (9,5 na escala Richter) em 1960, no Estado norte-americano do Alasca (9,2) em 1964, na Indonésia (9,1) em 2004, no Japão (9,0) em 2011 e na Rússia (9,0) em 1952.
Em relação ao número de mortos, o terremoto de 2010 no Haiti segue sendo o mais mortal na lista da USGS (Serviço Geológico dos EUA, na sigla em inglês), com 316 mil mortos.
Fonte: Poder360