Ainda que todos os habitantes do planeta estejam sentados no mesmo barco, e, além disso, sejam iguais desde o nascimento e como criaturas mortais, reina entre nós uma harmonia vã e um amor como o que existe entre um cão e um gato.
Depois que os registros públicos foram disponibilizados online e que foram inventadas ferramentas estatísticas, entendi de que maneira uma cabeça cheia de muita informação, neste ano 2021, interage com o mundo, mas só uma parcela pequena, talvez 5% de privilegiados, gera riqueza e tem conforto, pois a maioria ainda vive no analógico, com a exclusão digital que encarece o viver, fazendo o pobre ser mais mais pobre.
Quando você precisa ir a rodoviária para comprar uma passagem, perde-se tempo e dinheiro com a locomoção, e muitos ainda estão neste estágio, vi agora com a dificuldade para sacar o auxílio emergencial, aguando em filas imensas uma informação que um simples toque no celular solucionaria, parece um tipo de cegueira digital.
Este é um estado cuja população está ficando mais alienada devido a desnutrição e pobreza.
Afundam nas areias movediças da luta pela sobrevivência. Essa é a cor do nosso país e de parte do terceiro mundo. As necessidades imediatas de suprir a fome não abrem
espaço para o expansão destes seres humanos. Somos iguais e desigual sobre a pele movediça.