Quando tinha 15 anos, surgiu a televisão a cores, e na televisão as pessoas estavam sempre fazendo coisas em lugares que aparentavam ser muito maiores do que o mundo que eu conhecia, que sempre me pareceu ser um pequeno afluente afastado do fluxo do eletrizante rio da vida. A TV era uma janela para algo maior, um portal para novos mundos. Lembro do programa Rin Tin Tin, o Túnel do Tempo, Repórter Esso, entre outros. Não havia interconexões com o mundo, apenas um aparelho telefônico fixo.
Hoje, cada um de nós vive um inferno particular com a tecnologia atual. Não dá para lutar contra ela. Está em toda parte. A tecnologia antes era a televisão, o telefone, o avião, o rádio, etc. Não existia computador, mas hoje inclui sistemas de irrigação essenciais para alimentar o planeta e máquinas de suporte à vida para recém-nascidos. A tecnologia não é somente uma maneira de armazenar seus selfies; ela representa acesso à cultura e à sabedoria acumulada do mundo. A tecnologia não é um nicho; ela é um hiperobjeto que domina a existência humana. Não há cura para o progresso. Para cada fragmento de desinformação, uma verdade é rapidamente revelada. A mudança exponencial está chegando.