Ministério da Saúde garante que seleção para contratar brasileiros será ainda este mês
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), dez cidades baianas, todas com menos de 40 mil habitantes, ficarão sem nenhum médico para atendimento na assistência básica com a saída dos profissionais cubanos do programa Mais Médicos, anunciada nesta semana pelo governo do país.
A Bahia possui 1.522 médicos do Programa Mais Médicos, que estão alocados em 363 dos 417 municípios, 846 são cubanos. A estimativa do governo é que esses profissionais comecem a deixar o estado já a partir do dia 25 de novembro. Há médicos também de países como México, Espanha e Angola, que permanecem.
A Bahia, que abriga 10% do total de médicos cubanos hoje no país, é o segundo estado que mais vai perder profissionais do Mais Médicos — fica atrás apenas de São Paulo, que tem 16% de todos os médicos de Cuba hoje no país.
Lajedão, no Extremo Sul, está entre os dez municípios baianos onde só médicos cubanos trabalham na assistência básica e que, por isso, perderão 100% dos profissionais.
Já no ranking de cidades que vão perder o maior número de cubanos, mas ainda manterão médicos na assistência básica, Teixeira de Freitas aparece no topo. A cidade perderá 18 profissionais cubanos, mas, a Secretaria de Saúde deve pensar medidas para que o atendimento não seja afetado até que haja concurso para preenchimento das vagas por parte do Ministério da Saúde.
O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) informou, na quinta-feira (15), ter sido avisado pela embaixada de Cuba que todos os médicos cubanos deixarão o Brasil até o fim do ano.
O Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed) informou que solicita que haja medidas imediatas para que as vagas deixadas em aberto sejam preenchidas por médicos do Brasil e que “a população não pode agora ficar ainda mais desassistida”.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) disse que o Brasil conta com médicos formados no país em número suficiente para atender às demandas da população e que “cabe ao Governo – nos diferentes níveis de gestão – oferecer aos médicos brasileiros condições adequadas para atender a população.
O órgão destacou, ainda, que, para estimular a fixação dos médicos brasileiros em áreas distantes e de difícil provimento, “o Governo deve prever a criação de uma carreira de Estado para o médico, com a obrigação dos gestores de oferecerem o suporte para sua atuação, assim como remuneração adequada”.
O Ministério da Saúde informou que vai preencher as vagas deixadas pelos cubanos com médicos brasileiros e que a seleção de profissionais ocorrerá ainda em novembro.