Em 17 de março do ano passado, o Governo do Estado publicava o Decreto nº 19.529, de 16 de março de 2020, que regulamentava, em todo o Estado da Bahia, as medidas temporárias para o enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do novo coronavírus.
Entre as medidas adotadas, as aulas das redes pública e privada eram suspensas nos municípios de Salvador, Feira de Santana e Porto Seguro. Ao longo dos meses, a suspensão chegou às demais cidades e, até hoje, pais, alunos e educadores convivem com a expectativa do retorno seguro às atividades letivas.
Expectativa que gerou uma mobilização a nível nacional, com adesão no estado, em cidades como Teixeira de Freitas. A Carreata pela Reabertura das Escolas contou com cartazes, faixas e balões, pedindo a retomada das aulas presenciais de forma facultativa.
A concentração aconteceu em frente à Policlínica Regional de Saúde, partindo pelas principais ruas e bairros da cidade, no último sábado, 16 de janeiro. O movimento, que visou impactar a sociedade e autoridades teve a participação de pais e mães de alunos, como Juliana Matos, que argumentou:
“A educação também é um serviço essencial, assim como os profissionais de saúde. As crianças adoecem menos, transmitem menos doenças, não tem nenhum motivo pra não voltarem às aulas, visto que restaurante, bares estão funcionando normalmente”.
Ela ainda acrescentou: “É triste saber, mas crianças estão sendo violentadas em casa, crianças que ficam com vizinhos ou com parentes mais distantes, temos que pensar como um todo e na consequência que vai trazer para as nossas crianças”.
Entre representantes de escolas particulares, a diretora da escola CEO classificou o movimento como “um grito de socorro”.
“As escolas precisam abrir de forma facultativa, mas a escolha de mandar os filhos são dos pais. Não dá mais pra manter escola fechada, com shopping aberto e praia lotada, as nossas crianças estão em todos os lugares menos na escola. O prejuízo cognitivo e psicológico já está enorme, queremos escolas abertas já!”.
O decreto mais recente do Governo do Estado, que proíbe aulas nas redes pública e privada, tem vigência até 30 de janeiro.
Na rede pública municipal
Em Teixeira de Freitas, com autonomia na educação infantil e fundamental, o poder público considera ainda o contexto de pandemia e aponta que a intenção é de voltar às aulas presenciais.
As palavras são do prefeito Marcelo Belitardo, em entrevista ao jornal OSollo. Para ele,
“A educação remota no público hoje, a gente não consegue um resultado eficiente, tem muita população carente que não tem acesso a equipamentos tecnológicos que são essenciais para aula virtual, e tem como a gente organizar a volta às aulas com medida de segurança, ofertando máscaras, álcool em gel para as crianças, para a socialização no ambiente escolar, para que não haja prejuízo maior”.
O jornal OSollo entrou em contato com a Assessoria de Comunicação, visando obter novas informações junto à Secretaria de Educação, e aguarda retorno (a ser divulgado assim que for recebido).
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Com informações do Sulbahianews