Compareceram à sessão da Câmara de Vereadores de Teixeira de Freitas, realizada na manhã de quarta-feira (25), dentre comunidade e representantes de alguns setores, o perito criminal dr. Manuel Barrido, atualmente, na área gerencial do Departamento de Polícia Técnica de Teixeira de Freitas, Porto Seguro, Ilhéus, Itabuna e Valença, e o atual coordenador do DPT local, dr. Flávio Fonseca.
A presença de representantes do DPT foi a convite do vereador Marcílio Goulart (PT), que , na semana passada, fez indicação de um projeto de um Serviço de Verificação de Óbito (SVO). Segundo Marcílio, a necessidade de SVO em Teixeira já havia sido discutida em outras ocasiões, inclusive, “já tínhamos feito uma reunião interna com o antigo perito dr. Libório, justamente solicitando isso, mas, apesar de uma portaria publicada pelo Ministério da Saúde prevendo a implantação de cinco SVOs na Bahia, infelizmente, aqui não houve essa implantação”.
O SVO tem a finalidade de investigar as causas de óbito por morte natural, diferente do serviço mais conhecido que é o Instituto Médico Legal (que investiga mortes violentas e/ou acidentais, por afogamento, estrangulamento, por armas de fogo, arma branca, queimaduras, eletricidade, homicídio, suicídio e suspeitas de envenenamento ou outros interesses da Justiça que demandem investigações profissionais).
O edil comenta que o “crescente número de mortes pela violência tem sobrecarregado o IML” e disse estar tentando dar sua contribuição para resolver o problema com a criação de um projeto de lei “para que o município possa criar um SVO, já que ele tem na sua rede um vasto número de médicos que poderiam estar avaliando a causa morte dessas pessoas que falecem de morte natural muitas vezes, e, em diversos casos, têm que estar passando pelo IML”.
A exemplo do caso do corpo do design e ciclista Derik Lira, em que houve certa demora na liberação do corpo por parte do IML, exatamente devido ao Instituto estar sobrecarregado, outras situações semelhantes acontecem porque, conforme Garrido, que deu uma breve fala na sessão sobre o assunto, hoje, no IML, 60% dos corpos são de pessoas que morreram de causas naturais, e com um SVO não seria necessário que tais cadáveres passassem pelo IML.
“Olhem com carinho para o Serviço de Verificação de Óbitos, vai ser muito importante para Teixeira. A demanda ocorre é porque 60% das pessoas que morrem e vão para o IML, se foram de causas naturais. Muitas famílias sofrem com isso, a gente acompanha. Além de que, doenças que passam desapercebidas, com o sistema de verificação de óbito, nós poderemos ter uma realidade”, pontuou Garrido.
Para Marcílio, com o SVO, se evitaria o “constrangimento das famílias em ter que estar esperando o corpo ser liberado pelo IML e ao mesmo tempo evitaria o risco de uma possível proliferação de doenças que, muitas vezes, não temos o conhecimento da causa morte e não sabemos fazer o manuseio adequado desse corpo”.
Na ocasião, o vereador defendeu uma monção de pesar para Derik Lira, que, segundo ele, era uma pessoa meiga, de fala mansa, trabalhadora, competente e profissional, que onde estava irradiava paz. Em memória e solidariedade à família de Derik, direcionou a fala ao chefe de gabinete Herbet Chagas, para que a” prefeitura busque mecanismos para que as próximas ações do governo municipal sejam também pra evitar esse tipo de morte”, por meio de construções de ciclovias nos próximos asfaltamentos a serem inaugurados.