Teixeira de Freitas: Prefeitos discutem a problemática da Saúde

Teixeira de Freitas: Prefeitos discutem a problemática da Saúde“A Saúde tem sagrado a prefeitura de maneira gritante”, afirma prefeito em reunião.

No dia 15 de abril, prefeitos da 9a Região do Extremo Sul se reuniram na sede da Apes (Associação dos Prefeitos do Extremo Sul da Bahia) para discutir e buscar soluções à problemática da saúde em Teixeira de Freitas, mais especificamente em relação à situação do Hospital Regional situado no município, e que atende a demanda de toda a região.

Para explicar melhor o assunto, o jornal O Sollo conversou com o prefeito de Teixeira de Freitas, João Bosco, com o presidente da Apes e prefeito de Caravelas, Jadson Ruas. Confiram o que eles têm a dizer sobre a questão:

João Bosco, prefeito de Teixeira de Freitas

A conta não fecha

‘No Hospital Municipal, enquanto nós recebemos (para mantê-lo) pouco mais de R$ 1 milhão, gastamos mais de R$ 4 milhões por mês.

Por mais que o hospital esteja superlotado, sem ele seria pior, pois presta serviços para Teixeira de Freitas e região.

Então, reunimos os prefeitos porque o nosso déficit no ano passado com as prefeituras foi superior a R$ 13 milhões. É um recurso que a cidade poderia ter aplicado em infraestrutura, asfalto, rede de esgoto, resolvendo o problema da população.

Uma vez que não seguimos resolver essa questão da maneira necessária – trazendo mais recursos para o município, chamamos os prefeitos para essa conversa, pois não dá para a gente continuar bancando. Não temos condições de continuar mantendo essa estrutura de Saúde.

É preciso que se entenda que nós atentemos a região de mais de 450 mil habitantes, são os 13 municípios da 9a Região do Extremo Sul. Teixeira tem 150 mil. Então, 1/3 dos pacientes atendidos é nosso e 2/3 são de outras cidades, e tudo isso praticamente em nossas costas. Ou seja, atendemos os pacientes, e recebemos menos de 35% de repasse. O resto se gasta com dinheiro da cidade de Teixeira”.

Pactuação mal feita

“Esse serviço foi montado de maneira errada, mal pactuado. Foi aberto sem planejamento e sem cuidado e por isso chegou ao ponto que está agora. A pactuação mal feita ficou nas costas do município.

No ano passado, repassamos, de recursos próprios para a Saúde, mais de R$ 11 milhões, acima dos 15% que é o índice constitucional.

A nossa Saúde tem sangrado a prefeitura de maneira gritante. Se não modificarmos essa realidade, a prefeitura não consegue sobreviver. Não consegue fazer os investimentos que a cidade precisa”.

Necessidade

“Nossa necessidade é de dobrar o valor dos recursos que recebemos para a Saúde, para que a gente consiga manter os serviços, e nós não conseguimos isso de maneira efetiva, não conseguimos efetivar. Por isso convocamos os prefeitos para apresentar a seguinte situação: passamos ano passado sem aplicar um centavo em investimento em infraestrutura e em outros setores da cidade, pois temos aplicado esses recursos para manter o sistema de saúde, o hospital”.

Outros recursos

“Temos outros convênios, outros recursos que vêm, como o do PAC – que diferente do que algumas pessoas dizem, não chegou. Está seguindo a burocracia de Estado, e vai chegar na hora certa. Mas a cidade não pode viver só disso, viver de convênio. O Município precisa fazer investimentos com recursos próprios”.

Unidade dos prefeitos

“Esse não é um problema exclusivo de Teixeira, porque afeta toda a região, e os prefeitos também têm essa sensibilidade. Os passos que serão dados daqui para frente não serão passos exclusivamente de Teixeira, serão da unidade dos prefeitos, buscando junto ao governo do estado e federal uma solução definitiva”.

Consolo

“Apesar de termos gasto muito dos nossos recursos para atender, acredito que é um recurso gasto com dignidade, é grandioso, porque serviu para tratar o paciente cirúrgico, para salvar a vida de pessoas. Não tem nada mais valioso que a vida”.

Jadson Ruas, presidente da Apes e prefeito de Caravelas

A reunião

“Essa reunião serviu para que o prefeito João Bosco nos mostrasse as dificuldades que tem passado e para mostrarmos as nossas também”.

Posicionamento

“Nós não podemos pagar uma conta de anos (com verbas defasadas). Hoje uma consulta médica está bem mais cara do que o valor a nós repassado.

É óbvio que a Prefeitura de Teixeira de Freitas não tem que pagar por isso, mas nós, das cidades vizinhas, não devemos pagar por isso também”.

Acordo

“Não houve um acordo formalizado. Mas, de qualquer maneira, vamos levar para a pauta, justamente para o secretário de Saúde do Estado, Jorge Solla.

Temos cinco cidades que tem a chamada ‘Saúde Plena’, e essa saúde tem que ser gerida ali dentro dessa cidade. Temos municípios que tem feito um trabalho dentro da ‘Saúde Plena’, como Novo Viçosa, mas há outras cidades que talvez não tenha feito essa gestão de forma coerente. Por isso sentamos com os prefeitos para avaliar tudo isso. E, a partir daí, da nossa parte, é que vamos pautar a reunião com o Estado”.

Alteração

“Queremos que o serviço de pacto que existe hoje em Salvador venha para Teixeira. Dando o exemplo de Caravelas, nós temos uma pactuação para mandar até 50 pacientes para Salvador e, no período de um ano, mandamos apenas um.

Vamos fazer essa reunião pautada, que venha essa AIH (Autorização de Internação Hospitalar) para Teixeira, porque é Teixeira que absorve tudo isso”.

Ajuda financeira dos municípios pactuados com Teixeira

“É um acordo que estamos fazendo. Realizando uma avaliação e viabilizando uma forma de conduzir isso. Assim, se nós temos hoje R$ 25 mil ou R$ 30 mil mensais para Teixeira, temos que enviar essa quantidade de serviços para o município para não sufocar tanto a cidade. A outra questão é uma ajuda financeira do Estado para Teixeira. É claro que as AIHs, por mais que nós consigamos junto ao Estado tirá-las de Salvador e dos outros municípios e trazer para Teixeira, não vai dar, pois o custo é bem mais alto. Por esse motivo vamos solicitar a ajuda financeira do Estado”.

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