Foi identificado que despachantes, funerárias e advogados aproveitam momento de dor de parentes para intermediar liberação do DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre), pago quando há morte no trânsito. Há casos em que ficam com todo o dinheiro e enganam os beneficiários. Diante disso, foi inaugurada na cidade a primeira central de atendimento gratuito.
O lucro com a liberação do seguro é alto. Qualquer pessoa que se acidenta no trânsito, seja vítima ou causador, tem direito ao seguro. No caso de morte, o valor do seguro é de R$ 13.500. É aí que agem os atravessadores dos escritórios de advocacia, associados a instituições financeiras, despachantes e funerárias. Quando encontram parentes desesperados, com dificuldades para arcar com as despesas, eles oferecem adiantamentos. A simples contratação desses serviços, porém, resulta no comprometimento por contrato de 20% a 30% do valor bruto do seguro, ou seja, de R$ 2.700 a R$ 4.050. Isso, sem contar com os custos das funerárias associadas a esses serviços. No fim das contas, depois do prazo de 15 a 30 dias para que o DPVAT seja liberado, beneficiário da vítima se vê com pouco ou nenhum dinheiro.
Por achar que é complicado conseguir receber o seguro, os beneficiários aceitam essas “ajudas”, e por falta de informações sobre os seus direitos acabam caindo no golpe.
Existem três coberturas do seguro: MORTE com valor de R$ 13.500; INVALIDEZ PERMANENTE TOTAL OU PARCIAL também com o valor de R$ 13.500 e DESPESAS DE ASSISTÊNCIA MÉDICA E SUPLEMENTARES (DAMS) de R$ 2.700. Qualquer vítima de acidente envolvendo um veículo automotor de via terrestre, ou seu beneficiário, pode requerer a indenização do Seguro DPVAT.
Conversamos com o diretor do DPVAT na Bahia que disse, “foi um verdadeiro paraíso para os atravessadores, que aproveitam justamente essa falta de informação para agir, primeiro não informando como realmente funciona o sistema, ainda falam que é extremamente complicado, e acabam conseguindo uma procuração e se apossam de parte ou do total do valor do seguro”, afirma Jorge Figueiredo, diretor DPVAT na Bahia.
O diretor ainda esclarece que o beneficiário precisa apenas entregar os documentos exigidos na central DPVAT, que o valor referente ao acidente é depositado em conta corrente no prazo máximo de 30 dias, e tudo isso é fora do inventário.
Segundo o representante da central de atendimento em Teixeira de Freitas, com 2 dias de portas abertas, são vários os casos que chegam até eles de vítimas de intermediários, “uma vítima nos procurou informando que recebeu apenas uma parcela do seu seguro e que ainda faltam duas e até agora não tinha nem previsão de recebimento, precisamos esclarecer que esse seguro é pago na conta do beneficiário em parcela única”. Enfatiza Bruno Coelho, representante da Central DPVAT na cidade.
De acordo com o diretor Jorge, o maior objetivo da central é informar a população de forma muito clara como funciona e como receber esse benefício, e que a cada 60 dias eles apresentarão uma estatística a imprensa sobre a atuação da empresa na cidade.
Mais informações, os interessados devem procurar a central na Rua Princesa Isabel, 99 – Centro, próximo à rodoviária velha ou no fone (73) 3013.1510.
Fonte: Liberdadenews